A vereadora de Natal Thabatta Pimenta confirmou que será candidata a deputada federal nas eleições de 2026. Ela revelou que seu nome está sendo construído em articulação com outras lideranças do País para formar a primeira “bancada trans” da Câmara dos Deputados, ao lado de parlamentares como Erika Hilton (Psol-SP) e Duda Salabert (PDT-MG).
“A nossa pré-candidatura é a deputada federal. Há um chamamento de outras figuras trans de todo o País. Nós estamos criando um movimento nacionalizado, que é, além de tudo, ter a primeira bancada trans do Congresso Nacional”, afirmou ela, em entrevista à TV Agora RN nesta quarta-feira 12.
Thabatta disse ver na iniciativa uma resposta à falta de representatividade e de defesa de direitos humanos no Parlamento. “A gente está vendo aí bancada da bala, bancada tratorando o direito de tantas outras pessoas. E por que não também ter essa bancada e ter esse recorte do Nordeste, de ser a primeira mulher trans e travesti, mãe atípica nordestina, chegando na Câmara Federal?”, questionou.
Durante a entrevista, Thabatta confirmou que mantém conversas com a federação formada por PT, PV e PCdoB. Embora ainda filiada ao Psol, a parlamentar não descartou disputar a eleição por um partido da federação, avaliando que, desta forma, teria maior chance de ser eleita. A saída, porém, precisa ser autorizada pelo Psol – que tem resistido a perder o quadro.
“O que eu estou pedindo do meu partido, tanto a nível estadual como federal, é avaliar o que está em jogo, não só aqui, mas de uma forma nacional. Eu estive com a presidente nacional do Psol e disse assim: ‘olha, não bate a conta’. Eu não quero que aconteça a mesma coisa que aconteceu a outra vez”, disse Thabatta.
A vereadora lembrou que, em 2022, a federação PT-PV-PCdoB obteve votação suficiente para eleger três deputados federais, mas só conquistou duas cadeiras por falta de candidatos que superassem a cláusula de barreira individual. Se Thabatta tivesse concorrido pela federação naquele pleito, teria sido eleita, pois conquistou mais de 40 mil votos disputando pelo PSB.
Ela aproveitou para criticar a atual configuração do Congresso e defendeu que candidaturas progressistas conquistem mais cadeiras na próxima disputa. “O Congresso Nacional está horrível e precisa mesmo que a gente dê as mãos no que está acontecendo diariamente”, afirmou. “A gente está vendo o pior Congresso Nacional da história do nosso país”, concluiu.
Thabatta negou que tenha sentido resistência de integrantes do PT ou de outras siglas da federação ao seu nome. Segundo ela, o suposto “estranhamento” foi algo criado mais pela imprensa do que por dirigentes partidários. “Eu nunca senti isso, até porque eu não me vejo como ameaça, eu me vejo mais no sentido de construção. O meu nome estar na federação faz com que essa federação tenha três cadeiras ou até quatro. A gente não sabe o que pode acontecer”, completou.
A vereadora afirmou ter relação próxima com a governadora Fátima Bezerra (PT) e com Samanda Alves, presidente do PT no Estado e sua colega na Câmara Municipal de Natal. Disse também que foi convidada pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ingressar no PT.
“O próprio presidente esteve aqui e mexeu comigo. Ouvir do presidente dizer assim: ‘eu quero você dentro do Partido dos Trabalhadores, a gente quer você deputada federal’. Isso mexeu comigo”, relatou.
Apesar do convite, Thabatta frisou que ainda não há decisão definitiva sobre uma possível filiação. “Olha o que está em jogo. Eu vou mesmo ser candidata do Psol? Olha o quanto vai ser difícil para mim’”, afirmou.
Agora RN

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