O enredo deplorável de presidentes brasileiros

O Brasil é um País estranho, movido por uma política esquizofrênica ou de políticos inusitados. Já teve dois presidentes cassados, três presos, um que renunciou quando se apresentava como a grande esperança vagando sob o símbolo de uma vassoura, outro morto num acidente de carro até hoje não devidamente convincente em explicações.

Fernando Collor e Dilma Roussef foram apeados do poder por impeachment. Arrastado pelo escândalo da Lava Jato, tendo antes escapado do Mensalão, Lula chegou a ser preso, mas voltou ao poder pelo voto direto. Jânio Quadros, eleito em 1960, prometendo varrer a corrupção em cima de uma vassoura, renunciou ao mandato de forma surpreendente, deixando a Nação chocada, sete meses após a posse.

A morte de Juscelino Kubitschek, o maior estadista brasileiro, que fez o Brasil avançar 50 anos em apenas cinco, como pregou em campanha, também é envolta em mistério. Ele morreu em 1976, aos 74 anos, quando o veículo em que estava colidiu com um caminhão após ser atingido por um ônibus. Na época, o caso gerou especulações e suspeitas de atentado político. O Governo reabriu o caso em 2005 para investigar as circunstâncias, mas tudo continua numa nuvem de incertezas.

Outro presidente morto objeto de suspeitas e teorias de conspiração foi João Goulart, o Jango, que teria sido assassinado pela ditadura militar no âmbito da Operação Condor. O Brasil também teve um presidente que tirou a sua própria vida, com um tiro no peito: Getúlio Vargas. Foi em 24 de agosto de 1954. Com um revólver calibre 32, deu um disparo no coração em seu próprio quarto, no Palácio do Catete, no Rio, então capital federal.

Na última terça-feira, o ex-presidente Bolsonaro escreveu mais um capítulo desse enredo triste e lamentável como o primeiro chefe da Nação preso por tentativa de golpe, condenado a 27 anos e três meses no cárcere. Além de Lula e Bolsonaro, entra nesse rol de ex-presidentes presos Michel Temer, vítima da Operação Descontaminação, que investigada crimes de cartel, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraudes à licitação na construção da usina nuclear Angra 3.

Bolsonaro, preso por atentar contra a democracia, querendo trazer de volta os militares ao poder, responde também por outros quatro crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave deterioração de patrimônio tombado.

Blog do Magno Martins

 

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