O Governo Lula fecha o terceiro ano da sua terceira gestão com mais desaprovação do que aprovação, segundo pesquisas dos mais variados institutos. Uma manifestação inequívoca de que, entre o discurso do petista e a prática, há uma distância muito grande na visão dos brasileiros. Lula também encerra mais um ano, o penúltimo, com uma base frágil e infiel no Congresso, com mais derrotas do que vitórias.

O mais recente exemplo disso está na votação do projeto de redução das penas para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 23. Foi aprovado com 28% dos votos dados por partidos com ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto-base contou com 291 votos a favor e 148 votos contra.

Mesmo com o líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), orientando pelo voto contrário ao projeto, partidos com ministérios deram 82 votos a favor da proposta. O Republicanos, do ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), deu 31 votos favoráveis ao projeto e apenas dois contrários. O partido, que é o mesmo do presidente da Câmara, Hugo Motta (PB), e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, já costuma entregar votos contrários ao governo.
O MDB, dos ministros Jader Barbalho Filho (Cidades), Simone Tebet (Planejamento) e Renan Filho (Transportes), deu 25 votos favoráveis ao projeto e apenas cinco contrários. O PSD, dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e André de Paula (Pesca e Aquicultura), deram 24 votos favoráveis ao projeto e 12 contrários.

O PDT e o PSB deram apenas um voto favorável cada. Os partidos entregaram 13 e 12 votos contrários, respectivamente. Todos os deputados do PT, PV, Rede, Psol e PCdoB que estavam na Câmara votaram contra o PL da Dosimetria — totalizando 92 votos. Além desses, os partidos PP e União Brasil, que romperam recentemente com o governo Lula, deram, juntos, 86 votos favoráveis ao projeto e seis votos contrários.

O texto-base do PL da Dosimetria será analisado agora pelo Senado. O presidente da Casa Alta, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou que pretende votar ainda este ano. Resta saber se haverá tempo, uma vez que o recesso começa no próximo dia 22.

MEIA VITÓRIA –  A aprovação da Dosimetria é uma meia vitória para a oposição bolsonarista, que orientou o voto a favor da proposta, mas que, até então, tentava articular uma anistia “ampla e irrestrita” para Bolsonaro e os demais condenados. Com a falta de apoio ao tema, a oposição recuou e passou a aceitar debater um projeto que apenas reduz as penalidades aplicadas contra os condenados. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), anunciado como candidato do pai à disputa das eleições presidenciais de 2026, chegou a colocar a própria candidatura como moeda de troca para o texto ser aprovado.

Blog do Magno Martins

 

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