Mesmo com a inflação esperada a caminho do teto oficial, o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros (Selic em 7,25%). É o menor patamar desde o Plano Real.

Em comunicado, o BC reconheceu que a inflação “apresentou piora no curto prazo”. Mas disse ter considerado também que a recuperação da economia é “menos intensa que o esperado”.

A expectativa dos analistas e investidores é de haja alta da inflação em 2013. O índice de preços já superou durante este primeiro semestre o centro da meta de 4,5% anuais oficiais nos últimos três anos.

Pela projeção mais consensual, o IPCA (índice oficial de inflação) vai acumular variação de 6,4% nos 12 meses encerrados em junho próximo.

É praticamente o limite máximo aceito para a inflação, de dois pontos percentuais acima da meta. Embora meta e teto sejam estabelecidos para o período de janeiro a dezembro, um estouro da taxa acumulada traria danos adicionais à credibilidade da equipe econômica.

Comércio vê boas projeções para 2013

O setor do comércio, por sua vez, disse aprovar a manutenção da Selic e prevê cenário otimista para 2013. Na avaliação do setor varejista, a manutenção da taxa Selic em um piso histórico já era prevista e reflete a preocupação do Governo em dar continuidade à política de expansão do crédito no Brasil.

“A decisão do Banco Central mostra que a taxa de juros não deve ser usada como remédio para conter a inflação neste ano. O Governo deve trabalhar com outras ferramentas para controlar os preços, como a valorização da taxa de câmbio e a desoneração tributária”, avalia o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior.

Segundo Pellizzaro Júnior, um possível aumento da taxa básica para frear a inflação, como especulavam alguns analistas, só iria inibir os investimentos da iniciativa privada. “Elevar os juros para conter a alta dos preços reduz investimentos e uma possível expansão do crédito, peça chave para fomentar o consumo”, defende Pellizzaro Junior.

Para o presidente da CNDL, a leve desaceleração no ritmo de aumento das vendas do comércio de outubro para novembro não indica sinais de perda de fôlego no setor. Com informações da Folha de São Paulo.

 

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