Se depender do deputado estadual Walter Alves, líder do PMDB na Assembleia Legislativa e vice-presidente da legenda no Rio Grande do Norte, a declaração do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB), que nesta segunda-feira negou que seja ou que será candidato a governador, não terá longa vida nas hostes peemedebistas. “O deputado Henrique é um homem de partido e acredito que ele poderá, no momento propício, rever a sua posição e disputar o cargo de governador como presidente da Câmara”, afirmou Walter Alves.
“Nem sempre o que a gente quer é possível. O político tem que ouvir os anseios. E Henrique é um político partidário. Acho que é o momento dele. Em minha opinião, ele disputaria o cargo de governador do Rio Grande do Norte em 2014 como presidente da Câmara”, completou Walter Alves, que é ligado politicamente ao ministro da Previdência, senador licenciado e ex-governador Garibaldi Filho (PMDB).
“Acho que o próximo governante do Rio Grande do Norte tem que ter a capacidade de enfrentar os problemas, visão de futuro, concepção holística, tem que dinamizar, aprimorar, aperfeiçoar a gestão pública. O Estado tem que voltar a ter capacidade de investimento com recursos próprios, e isso é projeto para os próximos anos”, acrescentou Walter Alves. “O atual governo não tem atendido as expectativas, em minha opinião”.
Nesta segunda-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, que também é presidente do PMDB no Rio Grande do Norte, declarou que “não é, nem será” candidato a governador em 2014. “Henrique é um nome de partido, não é de fugir das lutas, nem das convocações das bases. Mas isso é um assunto para 2014?, afirmou Walter Alves nesta manhã, sobre as palavras peremptórias de Henrique em O Jornal de Hoje desta segunda-feira.
PRÓPRIA
Walter Alves avalia que há no PMDB, nitidamente, um desejo das bases por uma candidatura própria do partido em 2014. Ele acrescenta que o ministro da Previdência, Garibaldi Filho, seria o melhor nome do PMDB para disputar o governo, inclusive por ser dono, hoje, de um forte prestígio junto à presidente Dilma Rousseff (PT) e vir fazendo um trabalho elogiável e de resultados estratégicos (Funpresp), mesmo num ministério espinhoso. Entretanto, na avaliação de Walter Alves, a vez de disputar o governo pelo PMDB é do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves.
“Concordo que o senador Garibaldi não deseja mais disputar o governo do Estado, e que o deputado Henrique é hoje um político prestigiado. No PMDB, obviamente, o nome de Garibaldi é o mais forte. Isso não é novidade, as pesquisas indicam. Mas como ele não deseja, já foi governador, acho que a hora é do deputado Henrique”, defendeu Walter.
Ainda na visão do deputado estadual, o Rio Grande do Norte é um estado muito dependente do governo federal e é necessário que no futuro haja um elo forte com o governo federal para viabilizar recursos para o Estado. “O Estado precisa de alguém que tenha visão holística e coragem de enfrentar os problemas do estado e que tenha visão do futuro. E acredito que, em nome do PMDB, Henrique tem todas as condições de ser este candidato”, afirmou.”O que é perceptível é a descrença das lideranças no atual governo. O que ouço é insatisfação”
Ao defender a candidatura própria do PMDB a governador em 2014, o líder do PMDB na Assembleia Legislativa, Walter Alves, ressaltou os pontos positivos da última gestão peemedebista no governo do Estado do Rio Grande do Norte. O partido governou o RN com o hoje ministro da Previdência, Garibaldi Filho, de 1995 a 2002.
“Por que o PMDB está tão forte? No governo do PMDB, o PIB do Estado era acima do PIB nordestino e superior à média do PIB brasileiro. Tinha o Programa do Leite. O Estado tinha investimentos com recursos próprios. As Centrais do Cidadão estavam funcionando”, comparou Walter Alves.
Na visão do deputado Walter Alves, o encontro do PMDB, no próximo dia 9, será um momento de reflexão para a legenda. “Ouvir a opinião dos prefeitos, vice-prefeitos, deputados, para saber o rumo que o partido irá tomar. O que é perceptível é a descrença das lideranças no atual governo do Estado”, afirmou, destacando que “o PMDB tem alguns cargos no governo, mas esses cargos estão à disposição da governadora na hora que ela quiser”.
“O estado nunca esteve tão forte politicamente. Tendo apenas 0,9% do PIB do Brasil, tem o presidente da Câmara dos Deputados, um ministro de Estado muito prestigiado pela nossa presidente Dilma. Então, esse é um momento importante para ajudar o Estado, porque o Estado é perene, mas o governo é transitório”, completou.
Nas palavras de Walter Alves, portanto, independente da questão política, o momento é de ajudar o Estado, “porque o Estado fica, e o governo passa”. “Acho que a governadora é uma pessoa afável, agora o governo tem deixado a desejar. A capacidade de investimento do Estado é muito pequena. A arrecadação sobe a cada ano, veja o ICMS, e, paradoxalmente, os investimentos com recursos próprios têm caído, o custeio da máquina vem crescendo e a dívida vem aumentando. Hoje o RN é um Estado que dependente do governo federal”.
Com este quadro à frente, o deputado diz ser necessário ouvir a opinião dos prefeitos e da população. “O que ouço é insatisfação. Neste momento da seca, o governo fica dependendo mais uma vez do governo federal, com poucas ações efetivas. Precisamos ouvir a maioria da população, prefeito, vices e vereadores, os militantes que nos acompanham há mais de 40 anos, que confiam, acreditam, apostam e votam conosco há tantos e tantos anos”.
Segundo Walter Alves, esta é a opinião dele como deputado estadual. “Sou apenas um deputado estadual, o partido tem mais de 50 prefeitos, tem o presidente da Câmara dos Deputados, o ministro e o deputado vão ter o discernimento de escutar e tomar a decisão melhor para o partido, no momento oportuno”, frisou.
Fonte: Jornal de Hoje
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