Blog do Kennedy
O placar de 366 a 111 votos a favor da PEC do Teto deve gerar um efeito positivo no mercado financeiro e no empresariado. Em resumo, a vitória do presidente Michel Temer tende a ajudar os agentes econômicos a recuperar a confiança. Também foi um claro sinal de força do governo para votar outros temas espinhosos no Congresso, como a reforma da Previdência.
Depois de cinco meses no poder, o governo Temer entrega a primeira mercadoria com peso econômico e político. Por meio de emenda constitucional, foi aprovada na Câmara uma regra orçamentária que criará um teto para limitar o crescimento dos gastos públicos. Essa era uma medida cobrada pelos agentes econômicos.
Na votação desta noite na Câmara, o PT, que defendeu o ajuste fiscal nos governos Lula e no início do segundo mandato de Dilma, passou a entoar um discurso corporativista. Já os deputados que boicotaram Dilma e votaram a favor de projetos de expansão de gastos pregaram responsabilidade fiscal. A diferença está na articulação política. Temer tem força no Congresso e soube conduzir diretamente o acordo em torno de uma matéria delicada. Dilma Rousseff deixou em segundo plano reformas importantes quando tinha capital político, como no primeiro mandato, e tentou votar um ajuste fiscal quando já não possuía força no Congresso.
A PEC do Teto ainda precisará ser apreciada em mais um turno de votação na Câmara e em dois no Senado. O governo espera concluir toda a votação até o fim de novembro.
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