A crise política vivida pelo PSB, que alastra-se pela eleição majoritária e chamusca de pânico os candidatos a deputado federal e estadual, revela agora complexo de inferioridade.

Já disse aqui que a crise no governismo está localizada no PSB, em suas candidaturas autofágicas e não em aliados, formais ou informais.

E a maior vítima é o Governador Iberê Ferreira de Souza.

Além de ter o potencial de matar a bancada estadual e federal.

Hoje pela manhã as redações dos jornais foram invadidas por supostas informações de que o ex-ministro José Dirceu teria assumido a tarefa de resolver o impasse e, tal qual He-Man, implodir a aliança PMDB, PR e PV, pra salvar o PSB.

Ora, quem é José Dirceu pra dizer o que o PMDB ou o PR devem fazer?

Era só o que faltava um dirigente de outro partido chegar aqui pra dar carão em João Maia ou Henrique Eduardo Alves e pontificar que vai ser assim ou assado.

Com todo o respeito, o ex-ministro não tem essa autoridade, nem aceitou essa missão, até por que sabe que não pode interferir e, principalmente, José Dirceu não tem voto no Rio Grande do Norte.

Nem quando era chefe poderoso do Planalto, imagine agora.

Sabem o que eu acho, sinceramente?

José Dirceu sendo convidado a vir ao Rio Grande do Norte e conversar política com o Governador do Estado, com uma ex-governadora, com deputados e líderes políticos locais é mais prestígio pra ele do que pros nativos.

Um Governador do Rio Grande do Norte é muito mais importante do que José Dirceu.

Ele é quem ganha conversando e não ao contrário.

Para a situação na qual ele se encontra – cassado e acusado de chefiar uma quadrilha – é muito bom ser recebido pelos líderes locais.

Voltando aos delírios das fontes governistas.

A aliança PMDB, PR e PV é assunto de economia interna, de interesses internos, eleitorais e estratégicos dos três partidos.

José Dirceu é do PT e, se conversou alguma coisa de política, tenho certeza, foi pra juntar palanques em torno da campanha da Ministra Dilma Roussef.

Como fez ao conversar com Carlos Eduardo Alves, candidato a Governador pelo PDT.

Aliás, conversa que desagradou também ao PSB que, através da ex-governadora Wilma de Faria, havia jurado que Lula somente viria para um palanque no RN, exatamente o dos socialistas.

Enquanto fontes do PSB espalham a sua agonia, sem condições de resolver o problema que ele próprio criou, os deputados Henrique Eduardo Alves e João Maia estão pelo interior, atrás de voto.

João Maia vai amanhã a Macaíba e o presidente do PMDB está em Tangará.

O PMDB já fez o mais difícil, que foi arrumar uma convivência entre as preferências do Senador Garibaldi Filho e as de Henrique Eduardo, separados pela primeira vez, em 40 anos, nos palanques.

Isso resolvido, não tem nada a interferir mais no processo.

O PR também passou por momentos difíceis, pelo assédio e pressão para descumprir compromissos, mas o deputado João Maia ultrapassou tudo, de forma olímpica.

Fonte: Fator RRH