A presidente eleita Dilma Rousseff estabeleceu como meta que um terço do seu futuro ministério seja ocupado por mulheres. A determinação foi dada em reunião com o presidente Lula e a equipe de transição anteontem.

Segundo a Folha apurou, a petista quer uma busca nos partidos aliados por indicações de nomes que tenham “estofo” para ocupar vagas no primeiro escalão. O percentual, disse ela, não é rígido, mas deve ser perseguido para garantir maior participação “delas” no poder.

Também discutiram o assunto os coordenadores da transição Antonio Palocci, José Eduardo Cardozo e José Eduardo Dutra –além do ministro Franklin Martins (Comunicação Social) e de Gilberto Carvalho (chefe de gabinete do presidente).

A lei já estabelece normas para que partidos indiquem 30% de suas candidaturas às mulheres, mas não há regras para ocupação de cargos.

Foi de Lula a recomendação de ampliar o comando de mulheres em ministérios.

Quando assumiu, ele criou a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. A iniciativa, porém, não foi suficiente para garantir uma presença forte do grupo no governo. Hoje, há só três ministras no Executivo. Se depender de Dilma, a marca vai quadruplicar.

A principal dificuldade é a oferta de quadros nos 12 partidos que integram a base aliada. As opções mais naturais brotam nos partidos de tendência mais à esquerda: PSB, PC do B e no próprio PT.

Na grande imprensa o nome da ex-governadora Vilma de Faria(PSB) não consta em nenhuma  lista, a não ser que esteja bem guardado.

O problema é que dois terços das opções apontadas nos bastidores vêm do Legislativo, o que desidrataria as bancadas governistas.