A crise envolvendo o PMDB fez a presidente Dilma Rousseff cancelar a segunda reunião de coordenação de governo desde que assumiu a Presidência. No lugar, foi convocada uma reunião reduzida para discutir a relação com os peemedebistas.

O partido reivindica assento no grupo, o núcleo duro do Executivo, mas Dilma já avisou que não acatará a demanda.

Marcada para as 10h15, o encontro da coordenação saiu da agenda. Em seguida, o Palácio do Planalto divulgou que Dilma se reuniria, às 11h, com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) às 11h, ponte institucional entre o governo e a legenda aliada e único representante da sigla na coordenação.

Participaram ainda do encontro os ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Luiz Sérgio (Relações Institucionais).

O partido do vice está insatisfeito com a distribuição dos cargos de segundo escalão. Já perdeu espaço nos Correios, deve ficar sem o controle da Funasa e pode deixar de controlar estatais do setor elétrico, como a Eletrobrás.

Os primeiros movimentos da presidente mostram sua resistência em se curvar a todas as pressões peemedebistas. Por outro lado, ela tem sinalizado a interlocutores que deseja abortar qualquer foco de crise por temer reflexos na eleição da presidência da Câmara e na votação de projetos importantes no Congresso, como o novo salário mínimo, fixado em R$ 540 ainda no governo Lula.

Sobre o pedido do PMDB de ampliar a coordenação de governo, a presidente chegou dar o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) como exemplo. Antes integrante do grupo por comandar o Planejamento, ele perdeu lugar nas reuniões palacianas por ter trocado de ministério. Participam do núcleo duro de governo a presidente, o vice, os titulares da Casa Civil, Fazenda, Planejamento, Justiça, Relações Institucionais, Secretaria-Geral, Comunicação Social, além do chefe do gabinete presidencial.