O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, vai deixar o DEM e desembarcar no PSD em um prazo máximo de dez dias. Como ele está negociando a troca de legenda com as bancadas estaduais e já se articulou com prefeitos das principais cidades catarinenses, um de seus interlocutores adianta que o governador promoverá um “arrastão” além dos limites do DEM.

A previsão é de que a regional catarinense do PSD nascerá maior que o DEM estadual, porque o governador trabalha para agregar à nova sigla quadros de outros partidos, como ocorre em outros Estados. Sua saída é vista por dirigentes do próprio DEM como uma espécie de golpe final que inviabiliza a sobrevivência do partido.

“Só com a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, o partido não resiste”, afirma um dirigente nacional da legenda. Nos bastidores, ele admite que até o presidente do partido, senador José Agripino (RN), está “catastrófico” quanto ao futuro.

O grupo de Colombo avalia desde já que a simples mudança de sigla pode facilitar-lhes a vida na corrida pelas prefeituras, a partir da capital Florianópolis. Prova disso é que a deputada Ângela Albino (PC do B) já teria sinalizado a possibilidade de uma parceria futura com o PSD do hoje pré-candidato do DEM a prefeito da capital, César Souza Júnior. No DEM, uma aliança entre os dois seria inviável. Já no PSD, a possibilidade de o PC do B entrar na chapa está posta.

Nada mal, em se tratando do terceiro e do quarto colocados na última eleição de prefeito de Florianópolis. O fato político é relevante sobretudo porque os dois primeiros colocados estarão fora da briga em 2012. O prefeito Dário Berger (PMDB) já foi reeleito e o deputado Esperidião Amin (PP), que ficou em segundo lugar em 2008, já disse que não disputa mais.

Fusão. Finalizada a operação Santa Catarina no PSD, a fusão do DEM com o PSDB entrará em pauta como única alternativa para a sobrevida dos parlamentares que não aderiram ao novo partido. Preocupado, o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), insiste que a direção partidária ainda confia que Colombo fique na legenda. De qualquer forma, acrescenta que a eventual saída não seria “um golpe de misericórdia”. Afinal, raciocina, “estamos falando de um partido nacional, e não local, que continuará tendo vida independentemente de um Estado apenas”.

Fonte: Estadão