Pelas ruas vago a esmo
Solitário em busca do nada
Em farrapos becos me escondo
Desviando dos sentimentos ruins
E busco no vazio do hoje
A culpa para os tormentos de outrora.

Chuva,frio e neve…
Semelhantes em constantes desventuras
Pares que me cercam em buscam de calor
Nem de longe lembram uma sociedade:
Uns se abrigam,outros apenas se destroem
Vida dura,quase amarga,assim sem valor.


O abrigo – o túnel úmido e gelado
A cama  – o duro frio da laje de baixo
O teto  –  o cordão da noite sem luar
A companhia  –  o silêncio da madrugada
O amanhã  –  sempre incerto e desconhecido
A certeza  –  um futuro sofrido e amargurado.


Perda…
Tristeza…
Sofrimento…
Loucura…
O fim…

Por : Raimundo Antonio