Nos dias atuais, tempo é artigo de luxo. Vivemos acelerados, na corrida contra o relógio, encaixando compromissos em agendas já lotadas, reclamando do trânsito, das filas, das demoras. É a refeição que não chega logo, é a Internet que está lenta, é o carro da frente que não anda. Na sociedade contemporânea, bom é sinônimo de fast – talvez por isso, agilidade e eficiência sejam termos tão explorados pelas campanhas publicitárias. Mas e quando o assunto é relacionamento – ou, mais especificamente, relacionamento amoroso? Será que essa síndrome da urgência também pode ter reflexos na vida afetiva? Por que alguns casamentos duram tão pouco?

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman afirma em seu livro “Amor Líquido” (Editora Zahar) que os laços humanos estão cada vez mais frágeis. Segundo ele, estamos tão acostumados às relações de mercado que tentamos aplicá-las a tudo – inclusive às próprias relações amorosas. Paralelamente a isso, as festas de casamento deixam de ser rituais simbólicos para celebrar a união e se transformam em eventos extravagantes e espetaculares. Segundo o psicólogo e terapeuta Ailton Amélio, autor do livro “Relacionamento Amoroso” (Publifolha), o casamento é um pacote, e boa parte deste pacote foi enfraquecida. “Há 30 anos havia o desquite, mas não o divórcio, ou seja, não era possível casar legalmente mais de uma vez. Além disso, a própria opinião pública condenava a separação e um novo casamento. Hoje isso mudou: basta ir ao cartório e entrar com pedido de separação”, diz.

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