Com a régua cheia de números,
a gente sabe  o tamanho,
de quase tudo no mundo.
Mas como medir a alegria?
E o tamanho do desgosto?
E a altura da tristeza?
E a largura do gosto?
A régua diz com certeza,
o tamanho do caderno.
Mas não mede o que é antigo,
nem o moderno e o eterno.
E não consegue medir,
nem o buraco da fome,
nem o pedaço do sonho,
nem o silêncio do medo,
nem o espaço do prazer.
Nem indicar, com firmeza,
qual o sentido da flor,
A metragem da beleza,
O tal limite do amor.
Poeta: Ricardo Azevedo