Por Ciro Marques – Jornal de Hoje

 

Rosalba relembra derrota de Henrique e afirma: “Não temeria confronto eleitoral com ninguém”

Nem as condenações na Justiça Eleitoral, nem os 70% de desaprovação da gestão estadual fizeram a atual governadora Rosalba Ciarlini (DEM) ficar menos confiante em sua viabilidade eleitoral. Tanto é que em entrevista concedida a revista Época, a atual chefe do Executivo do Rio Grande do Norte afirmou que não temeria enfrentar qualquer um dos candidatos postos atualmente para a disputa, o presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (PMDB), e o vice-governador, Robinson Faria (PSD).

“Não temeria confronto eleitoral com ninguém, porque era uma boa oportunidade para esclarecer muita coisa. Quem for governador do Rio Grande do Norte agora, vai encontrar um Rio Grande do Norte melhor. Nós ficamos entre os três estados, dito pelo próprio Tesouro, que fizemos o melhor ajuste fiscal”, afirmou a governadora, relembrando as dificuldades encontradas no início da gestão, após oito anos de administração do PSB – sendo sete deles com a ex-governadora Vilma de Faria, hoje candidata ao Senado ao lado de Henrique.

 

Na entrevista, Rosalba também confirmou que o presidente nacional do DEM, o senador José Agripino cobrou “viabilidade eleitoral” para que a sigla apoiasse a candidatura dela a reeleição. “Mas qual seria o problema se eu me candidatasse? Tem candidato que entrou derrotado numa eleição e acabou eleito; e outros que entraram eleitos e saíram derrotados. Uma vez um candidato foi dormir achando que tinha ganhado a eleição em Natal. No outro dia descobriu ter perdido para Aldo Tinoco, um sanitarista que não era muito conhecido. O candidato derrotado foi Henrique e o povo lá em Natal comenta muito sobre isso”, relembrou Rosalba, única governadora do DEM na atualidade.

Fim do DEM

Além das críticas feitas a candidatura de Henrique e ao acordão, Rosalba Ciarlini também reclamou da postura do DEM de abrir mão da reeleição do seu único governador de Estado atualmente – a própria Rosalba. “Só tínhamos dois (governadores). Perdemos um. A única que ficou está sem condições de colocar seu nome. O DEM tende a sumir”, afirmou a gestora estadual. Essa, a possibilidade do DEM sumir, foi justamente os argumentos que Rosalba apresentou para o Diretório Estadual do partido como tentativa de convencer os correligionários de que a reeleição dela é importante. “Ele encaminhou (a votação, realizada na última segunda-feira e que decidiu que o partido vai se coligar ao PMDB) mostrando a necessidade de o partido crescer suas bancadas e, para isso, não poderia ficar só (na disputa eleitoral); que o governo até então não tinha montado uma arco de alianças. Eu ponderei que, para você montar um arco de alianças, você precisa que as lideranças do partido ajudem”, explicou Rosalba.