Por Carlos Newton

Sempre adorei bancar o Super-Homem, este talvez tenha sido meu pior pecado capital. Com o passar dos anos, porém, fui levando as pancadas da vida e tive de aprender, na marra, a impermanência das coisas, fenômeno que foi muito bem analisado por Sidarta Gautama (o Buda) cinco séculos antes de Cristo. De toda forma, já faz tempo que percebi que não existem Super-Homens, somos quase todos iguais, consegui aprender isso com facilidade devido à profissão de jornalista, que exerço há 51 anos, e sei que existiram poucos mitos verdadeiros na história da Humanidade.

OS AVATARES – Cito apenas os avatares dos pensamentos filosóficos, sociais e espirituais que nos influenciam até hoje, pela ordem de entrada em cena: Krishna na Índia (3 mil anos antes de Cristo); Lao Tse na China (1.300 a.C.); ao mesmo tempo, Moisés no Egito e Oriente Médio (1.291 a.C); depois, Zaratustra na Pérsia (700 anos a.C.); em seguida, Buda na região do Nepal/Himalaia (560 anos a.C.); na mesma época, Confúcio no Nordeste da China (550 anos a.C.) e também Sócrates na Grécia (469 a.C.); enfim, o próprio Jesus Cristo na Palestina, que marcou a abertura da atual nova Era; e depois Maomé em Meca, na Arábia (570 anos depois de Cristo).

Em todos esses doutrinadores, constatam-se praticamente os mesmos ensinamentos, a idêntica tentativa de melhorar a vida de todos e de criar relações mais justas e humanas, numa impressionante coincidência de propósitos e iniciativas.

IMPERMANÊNCIA – Todos eles ensinaram sobre a impermanência das coisas, um fenômeno que começa a ocorrer na “Tribuna da Internet”, que finalmente está ganhando um segundo editor, na pessoa do jovem e brilhante jornalista Marcelo Copelli.

Convidei-o a trabalhar temporariamente conosco por uma questão de necessidade (ou impermanência). Em 2018 este blog completa 10 anos. Desde a saída do grande jornalista Antônio Caetano, há 9 anos e meio, faço sozinho a edição, 365 dias ao ano. E a necessidade deste apoio na postagem do blog somente surgiu agora no início de dezembro, quando tive um acidente doméstico e sofri ferimentos em dois dedos da mão esquerda (o indicador e o médio).

DIFICULDADES – Durante quase duas semanas, até retirada dos pontos e recuperação total, tive muitas dificuldades para editar o blog. O resultado foi um tremendo estresse. Cansaço, desânimo, insônia, pesadelos, visão turva após passar horas no computador etc. Fiquei irritadiço, tive de procurar ajuda médica.

Examinado pelo Dr. Luiz Carlos Silva, com quem me consulto há anos, ele me disse que trabalho não mata, mas esforço demasiado é idiotice. Ele próprio, aos 83 anos, trabalha diariamente, mas sem exageros. E me recomendou que dividisse as tarefas, pelo menos durante algum tempo.

Procurei o jornalista Marcelo Copelli, colega da velha Tribuna da Imprensa, pedi que me ajudasse na edição do blog e ele imediatamente aceitou. A partir do dia 2, vamos dividir o trabalho, enquanto eu tento me livrar do estresse. Neste período, cuidarei da edição dos colunistas (Béja, Coutto, Puggina, Boff, Santayana e Nery), além de continuar transformando comentários em artigos, enquanto Marcelo Copelli ficará buscando as matérias a serem transcritas e ajudando na moderação.