O diretor executivo do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN), Ricardo Valentim, acredita que o cancelamento de réveillons pelo país é precipitado. O pesquisador destacou o momento epidemiológico vivido, com redução no número de casos e mortes para a covid-19, e a criação de uma “barreira forte imunológica” contra a doença, por meio do avanço da vacinação. Ricardo Valentim deu as declarações em entrevista nesta quarta-feira (08) ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News Natal.

Ricardo Valentim argumenta que grandes eventos já estão acontecendo no Brasil todo. “Vou pegar aqui o Rio Grande do Norte: nós temos um carnaval de quarta a domingo em Ponta Negra todas as semanas. Isso é errado? Não, é correto. As pessoas estão se imunizando, e as vacinas estão garantindo às pessoas um nível de segurança coletiva muito grande.”

Para Valentim, os eventos que têm acontecido atualmente, combinado com a diminuição nos números da covid-19, é a constatação de que o momento é propício para a realização dessas festas. “Se nós não tivéssemos a vacina hoje, digo isso com toda certeza, os hospitais estariam abarrotados de pacientes internados. E não estão porque a vacina confere um nível de proteção muito grande.”

Natal é uma das cidades que cancelou o Réveillon, confirmado no início do mês pela prefeitura. Um dos motivos alegados pelo prefeito Álvaro Dias foi de resguardar a população sobre eventuais efeitos da variante Ômicron. O diretor executivo do LAIS afirmou que informações iniciais dão conta de que a nova variante resulta em casos mais leves da covid-19.

“Os relatos ainda são prelimanes, mas alguns já são importantes. Os médicos da África do Sul [onde foi identificada a Ômicron] e as autoridades sanitárias de outros lugares do mundo já consideram que a variante Ômicron tem casos muito leves. Ou seja, bem mais leve que a variante Delta”, afirmou Valentim, que também é professor do Departamento de Engenharia Biomédica da UFRN.

Tribuna do Norte