O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta sexta-feira que os sistemas da Receita Federal têm vulnerabilidade e negou que os vazamentos de dados sigilosos tenham relação com a disputa eleitoral.

– Nós temos melhorado o sistema de segurança da Receita, assim como as organizações todas melhoram os seus. Porém, não há sistema inviolável. Outro dia, aqui no centro de São Paulo, se podia comprar disquetes com informações até de bancos privados – disse Mantega, referindo-se a reportagem do GLOBO, que denunciou o comércio de dados sigilosos a céu aberto na cidade.

Segundo Mantega, as informações vazadas ilegalmente do órgão não se limitaram aos dados de pessoas com “vinculação partidária”, mas envolveu muitos outros contribuintes.

– Na verdade, não foi só o sigilo de algumas pessoas com vinculação partidária que foi quebrado. Foi um número muito maior – disse Mantega, ao ser questionado sobre o assunto durante entrevista coletiva convocada para que ele comentasse os resultados do PIB.

Da Receita, vazaram não somente dados de pessoas ligadas ao presidenciável José Serra (PSDB), mas de outros contribuintes, inclusive o da apresentadora Ana Maria Braga.

O ministro disse ainda que “ninguém” está encarando o problema com mais seriedade que o governo. Segundo ele, o processo de investigação está em curso e com uma celeridade “incomum” dentro da própria Receita.