A pesquisa do Datafolha divulgada hoje mostra que é possível o segundo turno na eleição presidencial. De acordo com o referido instituto, Dilma perdeu 5% dos votos no eleitorado que ganha de 2 a 5 salários mínimos. Saliento que cerca de 33% do eleitorado brasileiro se concentra neste segmento de renda. A candidata petista perdeu votos entre as mulheres e em um eventual segundo turno, o seu percentual de votos oscilou negativamente. As pesquisas das últimas semanas revelam que Dilma cai, embora lentamente, na preferência do eleitorado brasileiro. Isto pode representar uma tendência de queda.

Em razão dos fatores apresentados acima, cresce a probabilidade de segundo turno entre Serra e Dilma. Não descarto, contudo, mas com pouco otimismo, a ida de Marina ao segundo turno. Não vejo impossibilidade. A variação positiva de Marina nas pesquisas mostra que os seus eleitores podem sonhar. Além disto, Marina, corriqueiramente, apresenta bom desempenho nos debates.

As chances de Serra e Marina estão no debate da Globo. Caso ambos tenham bom desempenho, o segundo turno deve ocorrer. Se Dilma faltar ao debate, também. Entretanto, Serra não pode errar neste debate. Ele não deve ter medo de comparar a sua biografia com a de Dilma. Marina também não pode errar. Ela precisa continuar com a sua firmeza e transparência nas respostas.

E Dilma? A petista terá a oportunidade de mostrar que tem preparo. Que foi o braço direito de Lula. E o principal: mostrar que ela será firme no enfrentamento a corrupção em seu governo. A temática corrupção interfere na escolha de parte do eleitorado. Por isto, Dilma tem a chance de liquidar Serra e Marina caso saiba revelar para o eleitor que está atenta as últimas denúncias, que não tem relação com elas e que enfrentará a corrupção.

Em 25 de agosto de 2010, afirmei:
“É fácil predizer o vencedor nesta disputa presidencial: Dilma deverá ser eleita. Não tenho motivos para não acreditar na vitória da petista. O presidente Lula alavancou a candidatura Dilma. E Serra não escolheu as estratégias adequadas para derrotar a candidata do PT. Hoje, José Serra tende a perder a eleição. Dois determinantes do voto embasam esta minha assertiva – a qual já foi feita várias vezes: administração do presidente Lula bem avaliada e bem estar econômico do eleitor. Observem que as duas variáveis que proporcionam as chances de vitória de Dilma são interdependentes.

Quais as chances de Serra? É necessário que um Cisne Negro apareça. Serra não precisaria depender fortemente do Cisne, mas ele optou em trazer Lula para o seu guia e esqueceu de ser Serra. Caso deseje reverter a sua situação eleitoral, o candidato do PSDB precisa ser mais agressivo com Dilma. Precisa ser chamado de Serra. Ele deve questionar as falhas do governo do PT. Mesmo que Serra decida agir desta forma, ele continuará a depender do Cisne Negro.

De quais Cisnes Negros Serra depende? Fraco desempenho de Dilma em um debate. Alguma denúncia contra Dilma. Além dos Cisnes, a estratégia de Serra precisa mudar.”

Lembram dos Cisnes Negros? Pois é, eles apareceram – os casos Sigilo Fiscal e Erenice. Neste momento, o segundo turno é plausível para a oposição. A não ser que um Cisne Negro do PT ou um fraco desempenho de Serra ou Marina no último debate venham a fortalecer a candidatura Dilma.

São os Cisnes que me fazem a não ser precipitado nas previsões eleitorais. ´

Fonte: Adriano Oliveira