Sobre o esperado apoio de Marina Silva (PV), neste segundo turno das eleições, o cientista político Antonio Lavareda (MCI), atento à leituras mais aprofundadas das pesquisas diz que a posição individual de Marina tem menos valor do que saber como pensam os seus leitores.

“É difícil se imaginar que um dos candidatos, José Serra ou Dilma, possa herdar na totalidade, ou próximo a isso, o chamado legado de Marina. Ela própria que teve um desempenho espetacular no primeiro turno não acredita nisso, ou seja, na sua capacidade de transferir, por um comando próprio, por decisão pessoal de apoiar um ou outro candidato, esse legado de votos, com os quais ela saiu do primeiro turno”.

Lavareda alerta que é preciso mais do que o apoio de Marina, que está se discutindo muito, que os candidatos que vão ao segundo turno, tentem compreender o eleitor de Marina.

“Conhecer o perfil desse eleitorado, aspectos do ponto de vista sócio econômico”, analisa.

O cientista até arrisca dizer que entender esse perfil e compreender suas motivações, para os que disputam, é até mais importante do que o apoio explícito da candidata do PV, que pode até não ocorrer.

De acordo com o que indicam as pesquisas, segundo Lavareda, esse eleitor tem uma média de idade mais baixa. É um eleitor que na média é mais jovem que o eleitor de Dilma ou de Serra.

“Nesse eleitorado dela há uma preponderância de mulheres. Em cada grupo de dez eleitores de Marina, há seis mulheres e quatro homens”, diz. “Só para se ter uma idéia, isso é quase o inverso do que ocorreu no eleitorado da Dilma. Esse eleitorado da Marina tem uma média de escolaridade mais alta do que os eleitores dos demais candidatos”, completa.

Para Lavareda quem pensa que é o eleitorado de Marina é de classe média, de renda média e alta, estar enganado.

“Praticamente 60% dos eleitores da representante do PV têm renda de até três salários mínimos, ou seja, são eleitores pobres, com alguma formação escolar e preponderantemente mulheres, mas entre essas mulheres, é menor o número de donas de casa até porque são, provavelmente, mulheres mais jovens”, conclui.