Não é pra já.O Governo brasileiro informou hoje que prosseguirá por mais 30 dias uma investigação sobre denúncias de corrupção na Casa Civil, pasta que até março esteve a cargo da hoje candidata do Governo à Presidência, Dilma Rousseff. A investigação está centrada em denúncias que em setembro causaram a renúncia de Erenice Guerra, uma colaboradora de Dilma que assumiu o ministério em março, quando a primeira renunciou ao Governo para aceitar ser a candidata do governista Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo a Polícia, Erenice está envolvida em assuntos de tráfico de influência, nos quais também aparecem como suspeitos alguns de seus familiares. Após a renúncia de Erenice Guerra, o Governo criou uma comissão especial para investigar as denúncias e estabeleceu para esse trabalho um prazo de um mês, completado hoje. A própria Casa Civil publicou hoje uma nota no Diário Oficial, na qual informa que o prazo para a conclusão das investigações foi prorrogado por 30 dias, com o que o resultado só será divulgado depois do segundo turno, em 31 de outubro.

O escândalo em torno de Erenice, que durante os últimos cinco anos trabalhou lado a lado com Dilma no Governo, explodiu na imprensa no meio da campanha para o primeiro turno em 3 de outubro. Até o momento da renúncia de Erenice, Dilma liderava as pesquisas de opinião com comodidade e algumas indicavam que em 3 de outubro obteria mais de 50% dos votos, com os quais seria eleita sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sem necessidade de segundo turno. A candidata governista obteve 46,9% dos votos válidos e se viu obrigada a disputar segundo turno diante de José Serra (PSDB), que alcançou 32,6%. Para os analistas, o chamado “efeito Erenice” diminuiu apoio a Dilma às vésperas do primeiro turno e foi um dos fatores que forçou o segundo turno. Ainda vai ter muito disse me disse com certeza.