Tucanos mais próximos a José Serra (PSDB) buscaram sepultar ontem a interpretação de que o tucano tem a intenção de se candidatar novamente à Presidência.

No domingo, em seu discurso após a vitória de Dilma Rousseff (PT), Serra disse que sua derrota era um “até logo” e afirmou que “quis o povo que não fosse agora” que ele fosse presidente.

Segundo tucanos, o que Serra está decidido a fazer é se manter na vida pública, com atuação política ativa. A maneira pela qual isso vai se dar ainda é uma incógnita.

“Ele nunca falou em 2014. Isso foi uma interpretação que fizeram”, disse Sérgio Guerra, presidente do PSDB e coordenador da campanha.

No caso de uma nova corrida à Presidência, ele deflagraria uma polarização direta com o senador eleito Aécio Neves (MG) dentro do partido. O mineiro desistiu de sua pré-candidatura ao Planalto, no fim de 2009, para evitar disputa direta com Serra.

Além de potencializar uma fissura nas estruturas do partido e, consequentemente, da oposição ao novo governo, Serra, sem mandato público, teria que atravessar um deserto de quatro anos antes de concorrer novamente.

Poderia disputar a Prefeitura de São Paulo em 2012, mas seria alvo certo de ataques de adversários por, em 2006, ter deixado o cargo 15 meses depois de assumir. O fato chegou a ser usado por Dilma em sua propaganda.

A indefinição decorre do fato de Serra nunca discutiu a hipótese de derrota.