Não é verdade que a governabilidade brasileira dependa da CPMF. Enquanto a máquina pública só aumenta seu gigantismo, e a corrupção de recursos públicos virou prática comum, ao ponto de o presidente Lula ter dito que caixa dois é algo normal, falar em novos aumento de impostos é uma indignidade.

Pessoalmente, acredito que a jogada faz parte de uma espécie de terceiro turno das eleições. Lula nunca engoliu a derrota do imposto no Senado, uma vitória da sociedade. Agora, em um novo governo, em um cenário de mais boa vontade na casa, o caminho estaria aberto para essa aventura arrivista. A prorrogação da CPMF foi derrotada no Senado, em 2007.

O que Dona Dilma planeja, escondendo-se no biombo criado pelos governadores aliado,s é tentar jogar novamente no colo da sociedade a responsabilidade pela saúde. Não é justo. A proposta de retomada da CPMF deve ser repudiada por todos homens de boa fé deste país, especialmente aqueles que vivem no setor produtivo. Chega de onerar quem produz.

O governo que se vire para arrumar esses supostos R$ 51 bilhões de um subfinanciamento da saúde no Brasil. Foi eleito para isto. Faça economia com os juros pagos ao grande capital e não esfole mais ainda quem já sofre com uma das cargas tributárias mais altas do mundo.

Na campanha, tudo é lindo e maravilhoso. Uma semana depois, a tentativa de golpe no bolso do cidadão e das empresas.

É até fácil de entender que Dilma não queira ser autora de um projeto impopular que aumente impostos logo no início de ser governo – e já disse que não irá propor nenhuma ação neste sentido.

O partido socialista tem se gabado de ter ganhou musculatura nas últimas eleições, cabendo agora pleitear uma fatia maior de poder no governo de Dilma Rousseff. Hoje, a legenda controla apenas um ministério, o da Ciência e Tecnologia. Seria este o preço que toda a sociedade teria a pagar para ter mais aliados de Eduardo no Palácio do Planalto.

Tem uma coisa ainda a ser dita e levada em conta nesta discussão sobre o fantasma da CPMF que se busca ressuscitar. O dinheiro que deixou de ser sugado pelo governo Federal dos bolsos dos brasileiros, sem ser usado de forma eficiente, não evaporou, desapareceu. Os recursos continuaram existindo, irrigando a economia, gerando empregos e mais impostos de forma indireta. Ou as pessoas deixaram o que pagavam de CPMF no banco? O que mudou foi quem expedi a fatura, agora o consumidor. Daí o ódio eterno de Lula pela perda da massa colossal de recursos.