O ministro da Fazenda Guido Mantega, que cunhou o termo “guerra cambial”, advertiu nesta quinta-feira que se o G20 não alcançar um acordo que permita evitar as manipulações cambiais, o mundo seguirá para um “protecionismo comercial”. “É preciso obter acordos sobre moedas-chave, já que se cada um se defender e cada um manipular o câmbio, isto leva os países que têm mercado a tentar protegê-los”, destacou Mantega em uma entrevista coletiva antes do início da reunião do G20 em Seul ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Se o desequilíbrio cambial não for contido, os países que têm excesso de dólares deverão adotar medidas defensivas de controle de capital”, completou Mantega, em referência às decisões anunciadas pelo ministério da Fazenda para tentar conter o fluxo de capitais especulativos que buscam no Brasil melhores rendimentos que em mercados tradicionais de países ricos. “A guerra cambial que se transforma em guerra comercial é um tema importante para ser debatido no G20“, disse o ministro. “Há países que procuram desvalorizar suas moedas para que as mercadorias fiquem mais baratas e melhorar suas exportações”, declarou, citando China e Estados Unidos.