Os deputados do PT criticaram ontem, durante reunião da nova bancada do partido, o anúncio do PMDB de criar de um bloco parlamentar, composto por PR, PP, PTB e PSC.

As críticas tiveram início com o líder da legenda, deputado Fernando Ferro (PE). “Mostramos aos novos deputados que o PMDB sinalizou que fará um bloco. Colocamos que foi uma atitude precipitada, principalmente agora, que estamos dando preferência para uma coalizão forte. Essa montagem não nos pareceu adequada, é um movimento que não contribui”, disse Ferro.

O blocão, anunciado visando a nova Legislatura, teria 202 deputados. O objetivo é ganhar força na montagem do governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, e nas disputas pelos cargos de comando no Congresso. O mentor do acordo foi o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), que almeja a presidência da Casa.

Na reunião de ontem, os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Ricardo Berzoini (PT-SP) foram escalados para preparar um documento de conjuntura e cenários políticos, que deve ser apresentado no próximo encontro da bancada do PT, marcado para o dia 06.

Na ocasião, o partido deve avançar nas discussões sobre a formação de um bloco próprio com outras legendas aliadas, como PC do B e PSB.

Fernando Ferro também aproveitou a participação dos novos deputados para apresentar os nomes dos candidatos aos postos de presidente da Câmara e líder do partido. Cândido Vaccarezza (PT-SP), Chinaglia, João Paulo Cunha (PT-SP) e Marco Maia (PT-SP) querem ser indicados para concorrer ao comando da Casa. Já Jilmar Tatto (PT-SP) e Paulo Teixeira (PT-SP) brigam pela liderança.

O processo de escolha petista esta previsto na nova reunião da bancada no dia 6 de dezembro, onde serão debatidas as prioridades para o próximo ano e o melhor perfil para a disputa do cargo. O nome do PT para a presidência da Câmara deverá ser escolhido por volta do dia 20 de dezembro para permitir articulações de apoio com os outros partidos.

Maior partido da Câmara, o PT quer comandar a Casa no primeiro biênio. O segundo período do mandado seria presidido pelo PMDB, cujo nome para o cargo é o do líder do partido, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).

Fonte: Diário do Nordeste