Depois de chamar a arena de Brasília de “elefante branco“, o ministro do Esporte Orlando Silva Jr. agora defende que a Fifa volte a analisar a abertura da Copa-2014 no Mané Garrincha. Orlando Silva disse que “reacendeu a chama” por Brasília após se encontrar ontem com o governador eleito do Distrito Federal e aliado, Agnelo Queiroz (PT). Agnelo é ex-colega de PC do B e também foi ministro do Esporte, quando foi chefe de Orlando Silva.

“Brasília reacendeu a chama pela abertura da Copa do Mundo a partir dessa conversa. Vou transmitir a posição do governador eleito à Fifa e vou tentar organizar um encontro dele com o Comitê Local ainda este ano”, disse Orlando Silva. No encontro com Agnelo, Orlando Silva disse ainda que trabalhará para antecipar uma resposta da Fifa.

A defesa por Brasília na disputa pela abertura revela uma mudança de postura do ministro sobre o estádio do primeiro jogo da Copa. Em quatro meses, o ministro já defendeu a abertura no Morumbi, depois no Itaquerão e a redução do estádio de Brasília –e agora quer o DF de volta na disputa.

Há 15 dias, quando a Folha ainda não havia revelado que a Fifa não bateu o martelo pelo primeiro jogo em São Paulo, Orlando Silva chamou de “erro” a abertura em Brasília e defendeu um cronograma diferenciado para adequar o Itaquerão às exigências da organização.

“[Brasília] não tem ainda hoje tradição no futebol para produzir essa demanda. A chance de ser um grande elefante branco de 70 mil lugares era enorme. Evidentemente que São Paulo tem que ser tratado como um caso à parte, por um detalhe: São Paulo optou por outro estádio. Isso vai exigir que a Fifa redefina o cronograma”, afirmou o ministro.

Como a Folha mostrou, a Fifa contrariou a posição de Ricardo Teixeira, presidente do Comitê Organizador Local, que abertamente defendia a abertura da Copa-2014 no Itaquerão. “Fique seguro que nenhuma decisão final foi tomada. É importante esclarecer, entretanto, que a decisão da abertura vai ser tomada em definitivo pelo comitê local. Estamos confiantes que todos os pontos fundamentais vão ser levados em conta antes”, diz a carta do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, do dia 24 de novembro.