O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou neste sábado, após visitar o ex-vice presidente da República, José Alencar, que ele deverá deixar a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, amanhã, após ser submetido a uma sessão de hemodiálise.

Mercadante disse que encontrou Alencar contente e que o ex-vice presidente conversou bastante com ele sobre governo e política internacional. “Ele é uma pessoa bastante interessada e que está sempre atento ao que acontece no País”.

O ministro disse ter conversado com o médico Raul Cutait, que trata de Alencar, e que a informação de que ele deixará a UTI veio do próprio médico. “Os médicos, apesar do estado de saúde dele ser grave, estão otimistas”, disse.


Luta contra o câncer
José Alencar luta contra o câncer desde 1997, quando, após um check-up, foi encontrado um tumor no rim direito e outro no estômago, retirados naquele mesmo ano. Em 2000, uma nova cirurgia retirou um tumor na próstata. Depois da remoção de outros nódulos no abdome, Alencar foi diagnosticado com câncer no intestino.

Ao todo, ele foi submetido a 17 cirurgias nos últimos 13 anos. Em janeiro de 2009, ele enfrentou cerca de 17 horas de operação para a retirada de nove tumores na região abdominal. Na mesma cirurgia, os médicos retiraram parte do intestino delgado, outra do intestino grosso e uma porção do ureter, canal que liga o rim à bexiga. Alencar chegou a ficar internado 22 dias após a operação.

A última cirurgia ocorreu no dia 22 de dezembro, quando ele foi internado no Sírio-Libanês, em São Paulo, em caráter de urgência, com quadro de hemorragia digestiva grave. Recuperado, o agora ex-vice-presidente foi submetido a um procedimento para conter um sangramento intestinal causado por um tumor que invade o intestino delgado. No dia 30 de dezembro, após oito dias, Alencar foi transferido da UTI Cardiológica para um quarto comum.

Por conselho da equipe médica, José Alencar não viajou a Brasília para participar da cerimônia de posse da nova presidente da República, Dilma Rousseff, e descer a rampa do Palácio do Planalto ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi vice-presidente em seus oito anos de governo.