Numa última tentativa de cumprir ao menos sua parte na meta fiscal estabelecida para 2010, a administração petista se valeu de receitas extras e reduziu o ritmo das obras de infraestrutura no mês passado.

Dados preliminares sobre o desempenho dos gastos federais mostram que, após 11 meses de crescimento acelerado, os investimentos encolheram em dezembro do ano passado, na comparação com o mesmo período do ano anterior — os números oficiais ainda não foram divulgados.

Ministérios, fundações e autarquias investiram R$ 7,3 bilhões, ante R$ 7,4 bilhões de 2009, considerada a inflação. Embora pequena, a queda é evento raro no segundo mandato de Lula, em que as obras se tornaram prioridade do governo.

O governo também operou pelo lado das receitas para tentar atingir sua meta anual de superavit primário, ou seja, a parcela do Orçamento a ser poupada para o abatimento da dívida pública.

Recorreu-se, novamente, ao caixa das empresas estatais, das quais o Tesouro extraiu em dezembro mais R$ 2,6 bilhões em dividendos, embora já tivesse estourado as previsões orçamentárias para o uso desse recurso.

Fonte: Folha de São Paulo