Quase 12 anos após a morte de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), um manuscrito inédito do poeta começa a ser ordenado para virar livro. “A Casa de Farinha” é um auto, um texto dramático –assim como o poema mais famoso de João Cabral, “Morte e Vida Severina”. O escritor, que perdeu a visão anos antes de morrer, não concluiu o material.
Mas deixou 40 folhas manuscritas, com pesquisa, estudos e linhas gerais da trama, bem como os primeiros diálogos em versos. A peça mostra a incerteza dos trabalhadores de uma casa de farinha (local em que a mandioca é processada artesanalmente até virar farinha) ante o rumor de que o local vai ser engolido pelo progresso.