O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta segunda (26) que os Correios não negociarão com os trabalhadores em greve o pagamento dos dias parados, como informa a Agência Brasil. Segundo o ministro, quase 80% da categoria já retornaram às atividades normais. A entidade que representa os funcionários em todo o país, contudo, garante que, de acordo com o último balanço, pelos menos 75% dos 107.940 trabalhadores aderiram à paralisação, iniciada no dia 14.

Segundo o ministro, a direção dos Correios pode descontar os dias parados de forma parcelada a fim de amenizar a situação dos grevistas. Ele, no entanto, garantiu estar fora de cogitação anistiar os trabalhadores que aderiram à paralisação. De acordo com Paulo Bernardo, a entrega das correspondências e os serviços serão normalizados rapidamente tão logo a greve chegue ao fim.

Na última sexta-feira (23), os Correios rejeitaram a contraproposta apresentada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect). A entidade negocia um aumento linear de R$ 200, a reposição da inflação de 7,16% e o aumento do piso salarial de R$ 807 para R$ 1.635. A categoria também exige a contratação imediata de todos os aprovados no último concurso público dos Correios.

A empresa, por sua vez, manteve a proposta apresentada antes do início da greve: reajuste salarial de 6,87%, mais aumento real de R$ 50 e abono de R$ 800.

De acordo com Maximiliano Velasquez, da Fentect, o movimento grevista vem ganhando força e, somente hoje, ganhou a adesão de mais de 1,5 mil funcionários das regiões Sul e Sudeste. “Até a sexta-feira [23], nós estávamos com cerca de 70% da categoria parada. Hoje, a paralisação chega a 75% dos trabalhadores e o movimento é crescente.”

O sindicalista assegurou que os funcionários em greve não se negam a pagar os dias não trabalhados, mas querem fazê-lo na forma de reposição das horas paradas.  Só não queremos que o desconto seja feito em dinheiro, em nossos salários. E isso é vantajoso também para a empresa que, para normalizar os serviços, teria que nos pagar horas extras.”