Há uma chance razoável de o Banco Central efetivamente conseguir levar a inflação para o centro da meta caso a crise global seja realmente severa. A avaliação é de Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, a partir do relatório trimestral de inflação do BC.A autoridade monetária brasileira justifica o corte nos juros feito na última reunião do Copom com o agravamento do cenário externo e a perda de dinamismo da economia brasileira.

Para Barros, caso o BC esteja certo, o crescimento do País em 2012 deve ser menor do que o previsto inicialmente pelo banco. A expectativa atual é de 4,5%, mas cai para 2,5% com o cenário anunciado pelo BC.

“Por ora, a combinação de forças em nosso cenário aponta para uma crise externa moderada e prolongada, que deverá ter como implicações uma sequência de quedas de juros de 50 p.b. até janeiro do próximo ano, levando a Selic para 10,5%, com uma economia que cresce 4,5% sujeita a uma inflação de 5,8%”, afirma o economista.