O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou nesta sexta-feira que a economia britânica será fortemente atingida pelas turbulências na zona do euro, apesar de os mercados terem se acalmado com as mudaças de governos na Grécia e na Itália. De acordo com reportagem do jornal The Guardian, Cameron afirmou que a principal desconfiança paira sobre o futuro do euro – já que o impasse político na Itália parece estar perto de ser resolvido.

O chanceler George Osborne também afirmou ao jornal que classifica os últimos acontecimentos como “perigosos”, e que não há dúvida que o crescimento e os empregos no Reino Unido serão afetados pelos problemas da zona do euro.

O mercado de trabalho tem ecolhido a cada mês no país. O número de jovens desempregados deverá atingir 1 milhão ainda este ano, devido, entre outros fatores, aos cortes de emprego no setor público. Segundo o chanceler britânico, o país irá culpar abertamente a zona do euro por deteriorar as perspectivas econômicas do mundo, e afirmará que, se não fosse pelas medidas austeras que o país tomou nos últimos meses, cortando empregos públicos e benefícios, o Reino Unido poderia enfrentar a mesma situação que a Itália.

Plano de contingência – Segundo o secretário de negócios do Tesouro, Vince Cable, planos estão sendo desenhados para lidar com todos os cenários. “Estamos pensando sobre todos os possíveis desfechos, inclusive esse. Precisamos lidar com o mundo tal como ele é”, afirmou na quinta-feira Cable ao jornal britânico The Guardian.

O secretário inglês não detalhou como seria o plano, mas afirmou que, apesar de todo o contexto econômico complexo, o Reino Unido está em melhor situação que a zona do euro. “Nós temos estabilidade política e financeira. O que ainda não temos é crescimento substancial”, disse Cable.

Dissolução do euro –
Com a crescente instabilidade política e econômica na Itália e na Grécia, ganhou força na imprensa europeia a hipótese de esfacelamento da zona do euro. Integrantes graduados de países da União Europeia começaram a vazar planos de Alemanha e França para diminuir a quantidade de países na união monetária — e, talvez, padronizar taxas e impostos. E analistas de periódicos internacionais passaram a demonstrar explicitamente a preocupação com o futuro da moeda única. (Veja)