Horas depois de a Assembleia Legislativa aprovar projeto de antecipação e reajuste salarial, policiais civis, militares e bombeiros decidiram, no final da noite desta quinta-feira, reunidos na Cinelândia, decretar greve das forças de segurança pública do Rio de Janeiro.

Ao anunciar a decisão, às 23h20m, um dos líderes do movimento, do alto do palanque, disse que as negociações só serão inciadas após a soltura do cabo bombeiro Benevenuto Daciolo, preso desde quarta-feira sob acusação de incitar greve e motim.As principais exigências feitas ao governo do estado são, além da soltura de Daciolo: o piso unificado de R$ 3.500, vale-transporte de R$ 350, vale-refeição de R$ 350, além de jornada semanal de 40 horas e pagamento de horas extras.

Líderes querem PMs nos quartéis

Os líderes grevistas recomendaram aos policiais militares que fiquem aquartelados em seus batalhões, levando suas famílias. Até os policiais que trabalham em Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) foram orientados a seguirem para os batalhões mais próximos.

De acordo com o sargento do Corpo de Bombeiros Paulo Nascimento, um dos líderes do movimento, os servidores manterão 30% da categoria trabalhando.

Cerca de três mil manifestantes ocupavam a calçada diante da Câmara Municipal. Os líderes estavam num palanque improvisado numa das estruturas instaladas para o carnaval. Paulo Nascimento pediu que a população não saia de casa se a greve for decretada, a fim de evitar “acidentes”.

A mulher do cabo Daciolo, Cristiane Daciolo, subiu ao palanque para reclamar que o militar está preso em Bangu 1, presídio de segurança máxima, como se fosse bandido. Ela disse que um defensor público e um advogado contratado pelos policiais civis estão entrando com pedido de habeas corpus para o militar. Nascimento estima que 70% da tropa do Corpo de Bombeiros vão cruzar os braços. Já o inspetor Francisco Chao, que chefia o movimento pelos policiais civis, disse acreditar que haja a adesão de 50% da categoria. O representante da Polícia Militar, soldado Wagner Luiz da Fonseca e Silva, também estimou que o mesmo percentual de policiais irá optar pela greve.

E na Bahia?  A greve continua…