Na rua, nos locais de trabalho, no supermercado, em casa, no banheiro, em qualquer lugar, o celular está ali, pronto para ser atendido. Por ser portátil e estar presente em diferentes situações do cotidiano,  ele é um objeto sujo e capaz de transmitir doenças, segundo o cientista Roberto Figueiredo, o Doutor Bactéria. O biomédico alerta que há mais bactérias em um celular do que no solado de um sapato.

A pesquisa foi feita originalmente nos Estados Unidos e no Japão. Os cientistas japoneses classificaram o celular como um objeto de uso comum mais sujo que o estribo de ônibus (onde o passageiro apoia-se quando está de pé) e menos contaminado que teclados de computadores e carrinho de supermercado, respectivamente.

A experiência foi repetida no Brasil pelo biomédico Roberto Figueiredo no Laboratório Microbiotécnica, em  São Paulo, e comprovou a pesquisa internacional. “As bactérias encontradas na sola de sapato são originadas do chão, fuligem e poeira, são menos perigosas que as do celular, que vêm da boca e de todos os lugares que vamos e tudo que pegamos”, explica o biomédico.

Os cientistas encontraram  nos aparelhos de telefone celular bactérias como a Estafilococus  aureos  que pode causar  doenças como a otite  – inflamação do ouvido causadora de dores intensas – , conjuntivite, intoxicação alimentar e sinusite. Outra bactéria encontrada foi a Salmonela, que  pode causar diarreia, vômito e febre .

Para evitar que o aparelho se torne o habitat de companheiros indesejáveis, o cientista recomenda uma “faxina” semanal. Mas, para quem é da área de saúde, a limpeza deve ser diária.
“O uso de algodão umedecido com álcool isopropílico já faz a limpeza. Não é para afogar a bactéria, é só um contato e que não vai danificar o utensílio”, brinca o especialista.