Cenário frequente de operações policiais, com ocupação de favelas e tropas ostentando fuzis, o Rio de Janeiro se prepara para receber, em junho, um aparato de segurança pouco usual – pelo menos por enquanto. No primeiro de uma série de eventos internacionais programados para a cidade até 2012, a Rio+20 vai inaugurar no país um modelo de policiamento inédito por aqui. Se há 20 anos, na ECO-92, a preocupação era a de proteger os líderes mundiais da ameaça armada das favelas, controladas por traficantes, na conferência de agora o inimigo a ser evitado vem de fora, na forma de investidas terroristas e ataques virtuais – um perigo real, numa era em que as comunicações dependem da internet e de redes remotas. Em vez dos veículos blindados e dos militares em trajes camuflados, as ‘estrelas’ do plano concebido pelo Ministério da Defesa, que prevê “alerta máximo” durante o evento, são as equipes que vão vigiar aeroportos e pontos de abastecimento d’água, mergulhadores, atiradores de elite e baterias antiaéreas do Exército.

A segurança da Rio+20 vai mobilizar 12.800 homens e mulheres das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), além de milhares agentes das polícias federal e militar. Uma operação “muito sensível e de alto risco”, na opinião do general de Exército Adriano Pereira Junior, comandante militar do Leste. Encarregado de coordenar as 49 entidades, entre polícias, agências de inteligência e órgãos públicos envolvidos na segurança da conferência, o general do CML garante que o Brasil está preparado para responder a qualquer ameaça, inclusive ataques químicos, nucleares e biológicos.