Economia insegura

Quando a moeda se valoriza, a sensação de riqueza das famílias aumenta, a inflação fica mais contida (os produtos importados chegam mais baratos ao país), as pessoas viajam para o exterior, os empresários importam máquinas novas e matérias primas a preços baixos.

Isso, no entanto, deveria vir acompanhado de atitudes governamentais. O Brasil atravessou a bonança sem aproveitá-la. Não prosseguiu com as reformas que Fernando Henrique havia iniciado, não investiu na modernização da infraestrutura, não cuidou de educação, saúde e segurança, aceitou conviver, passivamente, com a intolerável carga tributária que nos asfixia o futuro.

Agora que os preços das commodities pararam de subir, a inflação voltou a incomodar e todos sabemos que taxas acima de 5% por período prolongado tornam qualquer economia mais insegura. O governo erra, faz populismo. A conta agora se apresenta para ser paga.

O “pacote” anunciado por Dilma e Mantega é tímido, paliativo, atrasado (protecionista, revive as nocivas reservas de mercado), aumenta a carga tributária e privilegia alguns setores econômicos (pródigos em financiar campanhas eleitorais), em detrimento da sociedade.