O PMDB irá indicar hoje o novo presidente do Conselho de Ética do Senado. A indicação virá acompanhada da decisão sobre o acatamento ou não da denúncia contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) por quebra de decoro parlamentar. Se o novo presidente do Conselho decidir acatar a representação, um processo de investigação será aberto contra o senador.

 

Demóstenes que deixou o DEM para não ser expulso deve ser investigado por seu envolvimento com Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, suspeito de comandar o jogo ilegal em Goiás, e por se utilizar da condição de senador para favorecer o bicheiro. Por enquanto, a criação de uma CPI, na Câmara, para investigar os negócios de Cachoeira hoje preso em um presídio em Mossoró (RN), é vista com cautela no Senado. A postura de senadores da base aliada e da oposição é aguardar justamente a instalação dos trabalhos do Conselho de Ética, amanhã.

 

A representação com pedido de abertura de processo contra Demóstenes no Conselho de Ética foi apresentada pelo PSOL, mas cabe ao presidente do órgão a decisão unilateral de acatar ou não o pedido. Como o Conselho vinha sendo presidido interinamente pelo senador Jayme Campos (DEM-TO), até então colega de partido de Demóstenes, uma nova eleição foi requisitada por ele, que se considerou impedido de decidir sobre o assunto.

 

Apesar de a indicação do presidente do colegiado caber ao PMDB, por ser o partido com maior bancada no Senado, o PT sugeriu o nome do senador Wellington Dias (PT-PI). O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), ainda não decidiu se irá acatar a sugestão.

 

Após semanas de reclusão, Demóstenes se pronunciou neste fim de semana. Publicou no blog que mantém na internet um artigo no qual se limita a criticar o pacote de incentivos à indústria anunciado pelo governo Dilma. Com o título Um Brasil Maior para os Pequenos, o senador reclama que o pacote de bondades não atinge micro e pequenos empresários. São esses os que clamam no deserto da falta de financiamento, da ausência absoluta de condições de giro, diz o senador, que não fez nenhum comentário sobre a relação com Cachoeira. A expectativa é que ele rompa o silêncio após a decisão do Conselho sobre o processo de quebra de decoro.

Fonte: Agência Folhapress | Jornal do Commercio