Quem tiver o cuidado de analisar a quantas andam os candidatos petistas nas capitais nordestinas entenderá os motivos que levaram o ex-presidente Lula a colocar a região como prioridade na sua agenda de viagens nesta temporada de eleições municipais, como informa reportagem do Imparcial. Salvador, Recife, Teresina, Fortaleza e São Luís já têm data prevista para a visita de Lula, mas ele ainda pretende dar uma força ao partido em Natal e em João Pessoa, fechando as sete em que o PT tem candidato a prefeito.

Lula é considerado a maior “arma” dos petistas para tentar reverter uma situação inusitada em solo nordestino: É que, pela primeira vez em muitos anos, os petistas correm o risco de não eleger sequer um prefeito de capital por ali.

Essa situação no Nordeste é a principal preocupação da cúpula partidária nesta temporada eleitoral. Há quem esteja mais confiante em colocar Fernando Haddad no segundo turno em São Paulo do que vencer em algum reduto importante no Nordeste.

Em Natal, o petismo também encontra Fernando Mineiro suando a camisa contra Carlos Eduardo (PDT) e Hermano Moraes (PMDB), ambos em melhor situação de acordo com as pesquisas registradas por lá.

Essas cidades listadas acima não estão entre aquelas da região que mais chamam a atenção do país, Recife e Fortaleza, onde os petistas também enfrentam dificuldades. Vale lembrar que, na capital de Pernambuco, há um empate técnico entre Humberto Costa (PT) e Geraldo Júlio (PSB) e, na capital cearense, a briga hoje é pela vaga no segundo turno entre Roberto Cláudio (PSB) e Elmano Freitas (PT), contra Moroni Torgan (DEM). Em Maceió, o PT não tem candidato.

 Por falar em segundo turno…

O PT está convencido de que o atual cenário de seus candidatos no Nordeste pode comprometer a estratégia eleitoral futura. Afinal, não dá para esquecer que em suas três campanhas presidenciais vitoriosas o PT enfrentou segundo turno, e o desempenho do partido no Nordeste foi importantíssimo.

Na eleição de 2010, Dilma obteve 18,4 milhões de votos nos estados nordestinos, enquanto José Serra (PSDB) ficou com 7,6 milhões. No Sudeste, Sul e Centro Oeste, a diferença entre eles ficou em 275 mil votos a favor de Dilma. Serra venceu no Centro-Oeste. Ou seja, uma virada no Nordeste em favor de outros candidatos em 2014 pode comprometer o desempenho petista.