De olho na disputa presidencial de 2014, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva reuniu-se na noite desta terça-feira com apoiadores em São Paulo para discutir a criação de um novo partido político. O encontro reuniu cerca de 350 pessoas, segundo estimativa dos organizadores, em um auditório na zona oeste da cidade. Ao chegar ao local, a ex-ministra, que foi candidata ao Planalto em 2010 pelo PV e recebeu quase 20 milhões de votos, foi recebida aos gritos de ‘Marina presidente’.

Durante o encontro, Marina descartou fazer concessões para receber em sua nova sigla lideranças partidárias que não se alinhem com o ideário do movimento que a apoia. “Não se está fazendo adaptação de discurso para integrar pessoas de qualquer forma”, afirmou.

O evento foi organizado pelo Movimento por uma Nova Política, que surgiu em 2011, quando Marina deixou o PV após desentendimentos. O nome e o programa do partido ainda não foram definidos.

Questionada por jornalistas se o tucano José Serra seria bem-vindo à sua nova sigla, ela disse que políticos como ele “dificilmente teriam identidade programática” para fazer parte do partido. “Não está sendo feita uma adaptação de discurso para integrar pessoas de qualquer forma. Nós queremos integrar aqueles que queiram muito mais do que simplesmente concorrer a uma eleição”, afirmou. A saída de Serra do PSDB tem sido especulada desde que ele perdeu as eleições para a Prefeitura de São Paulo no ano passado e ficou sem espaço dentro da sigla, que deve lançar o mineiro Aécio Neves à Presidência da República em 2014.

A nova legenda de Marina, que deixou o PV em 2011 após ficar em terceiro lugar na corrida eleitoral do ano anterior, deve atrair políticos de diversos partidos. Estiveram presentes no evento realizado nesta terça-feira, 22, em São Paulo para discutir a questão o empresário Guilherme Leal, vice de Marina em 2010, que deixou o PV junto com ela; o vereador eleito pelo PPS Ricardo Young; e o deputado Walter Feldman (PSDB-SP). Além deles, a ex-senadora Heloisa Helena (PSOL-AL) também deve migrar para a sigla.

(Agências de Notícias -Estadão/Folha de SP)