A divisão do governo americano especializada no comércio de álcool e tabaco publicou registro reconhecendo a cachaça como produto genuinamente brasileiro, como informa a Agência Globo. A decisão passa a valer a partir de abril. Em troca, o Brasil está reconhecendo o bourbon e o Tennessee Whiskey como bebidas típicas americanas.

O departamento acolheu o pedido do governo brasileiro, que solicitava que a cachaça deixasse de ser considerada o “rum brasileiro”. A proposta era analisada desde abril do ano passado.

Enquanto o Brasil autoriza cachaça com teor alcoólico entre 38% e 48%, nos EUA uma garrafa padrão não terá menos de 40%. Produtos com menor teor alcoólico serão reconhecidos, dependendo da forma de fabricação, como “cachaça diluída”.

A regulamentação também não vai permitir o uso de milho ou xarope de milho no processo de fermentação da cachaça. Os rótulos poderão trazer também a palavra “cachaça”.

Segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), “a exclusividade dada para origem brasileira juntamente com a obrigação das cachaças vendidas nos EUA estarem conforme com os padrões oficiais brasileiros de identidade e qualidade, disciplina o perfil da nova categoria entre os destilados, que no futuro deverá se formar naquele gigantesco mercado”.

No ano passado, acordo assinado durante viagem da presidente Dilma Rousseff aos EUA, reconheceu a cachaça como bebida tipicamente brasileira. Na época, o presidente do Ibrac, César Rosa, afirmou que a medida deveria elevar o potencial de comercialização da bebida nos EUA, dos atuais 700 mil litros para 30 milhões de litros por ano, um volume quase 43 vezes maior, em um período de cinco anos.

Pela estimativa do Ibrac, a cachaça poderia conseguir uma fatia de mercado equivalente a 5% a 10% do mercado de rum nos EUA, o que representaria uma venda de 2 a 3 milhões de caixas da nossa caninha por ano.