Para o deputado estadual Walter Alves, filho do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, a situação entre PMDB e DEM no Governo do Estado está muito clara: os peemedebistas vão continuar ao lado da gestão Rosalba Ciarlini, mas exclusivamente para ajudar o Rio Grande do Norte.

Ou seja, os feitos que o partido pode conseguir para o RN e os eventos do Governo em que ele estiver presente não garantirá, necessariamente, a união dos dois no pleito de 2014. Bom, pelo menos, foi isso que o parlamentar afirmou em entrevista aO Jornal de Hoje durante sessão solene em homenagem ao PMDB na Câmara Municipal de Natal (CMN).

“Temos o presidente da Câmara, Henrique Alves, temos um ministro de Estado prestigiado (Garibaldi Filho) com nossa presidenta Dilma, temos uma banca federal respeitada. Então, temos que aproveitar esse momento não para ajudar o Governo, mas para ajudar o Estado”, afirmou Walter Alves, fazendo questão de separar o apoio ao Rio Grande do Norte do apoio a gestão Rosalba Ciarlini, que ele mesmo já criticou em outros momentos.

Por sinal, ao falar que do que o PMDB tem – o presidente da Câmara Federal e um ministro de Estado – Walter Alves ressaltou também que o RN se destaca como um dos estados mais influentes do Brasil. “Acho que o Rio Grande do Norte, que é pobre, representa apenas 0.9% do PIB do Brasil, mas ao mesmo tempo temos hoje, talvez, uma das maiores forças políticas de todos esses estados”, analisou.

De volta à relação PMDB – DEM no RN, o fato do partido de Walter continuar ao lado do Democrata na administração estadual não significar uma união política pode ser medida pelo fato de, entre os peemedebistas, a eleição de 2014 ainda ser considerada uma incógnita.

Afinal, se estivesse tudo bem na base aliada, com a recém indicação do PMDB aos cargos da gestão Rosalba Ciarlini, a relação entre os dois partidos deveria estar a mais próxima possível. Contudo, não é isso que se aparenta. “Na minha opinião, este ano ainda está muito cedo para se comentar isso. Essa ascensão de Henrique como presidente da Câmara ele tem que ajudar o Estado, como de fato vai ajudar, já anunciando obras importantes, como a duplicação da BR-304 e tantas outras obras. Eu defendo que nos possamos ajudar o Estado, a questão política deixa para o próximo ano”, afirmou Walter Alves, inaugurando um discurso que foi repetido por outros peemedebistas durante o evento.

É importante lembrar que a postura crítica de Walter diante do Governo não é recente. No ano passado, por exemplo, ele criticou publicamente a administração do DEM no que diz respeito a falta de segurança pública no Estado e, também, a lentidão em aprovar uma lei de sua autoria que daria mais qualidade de vida – e independência – aos deficientes visuais (colocação de leitura em braille nas contas de luz).

De qualquer forma, se faltam discursos que ressaltem que houve uma união também política na relação PMDB e DEM, sobram aqueles que tratem da “boa relação” administrativa como sendo “o melhor para o Estado”. Durante a posse dos novos secretários, na tarde de quinta-feira, os democratas ressaltaram que o Rio Grande do Norte não poderia perder esse importante momento político que vivencia em nível nacional. A parceria administrativa, onde o PMDB conseguiria os recursos e o DEM executaria as obras, com os dois, teoricamente, levando o crédito por isso, foi repetida várias vezes.

Em seu discurso, por exemplo, o deputado estadual Getúlio Rêgo, líder do DEM na Assembleia Legislativa, ressaltou que o Rio Grande do Norte não poderia desperdiçar esse momento político, porque a próxima geração poderia não ter essa mesma oportunidade. Ele foi um dos que ressaltou que os dois partidos continuam unidos, pelo menos, no caráter administrativo. (CM)