Atenção, presidenciáveis: Joaquim Barbosa parece mesmo já estar fazendo campanha eleitoral.

Por Carlos Newton

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, parece estar mesmo em campanha eleitoral. Quando não está fazendo palestras que nada têm a ver com assuntos jurídicos, todo dia ele dá entrevistas sobre os mais diversos assuntos.

O economista Marcio Henrique Monteiro de Castro, ex-diretor do BNDES, muito inteligente e preparado,  me contou que em programa que exibido recentemente (“Espelho”, TV Brasil), apresentado pelo ator Lázaro Ramos, Joaquim Barbosa falou claramente sobre política e disse estar à disposição do país, caso seja necessário. Traduzindo: também é candidato à Presidência, resta saber por qual partido. Márcio Henrique não tem a menor dúvida e diz que Barbosa tem boas chances. Imediatamente pedi que escrevesse um artigo a respeito, estou aguardando.

MARCANDO PRESENÇA

Na sexta-feira, por exemplo, Joaquim Barbosa marcou forte presença na mídia nacional, embora estivesse bem longe do Brasil, participando de um congresso da Unesco sobre liberdade de imprensa, em São José, capital da Costa Rica. E suas declarações repercutiram durante o fim de semana inteiro.

Além de criticar a falta de pluralidade ideológica da imprensa brasileira, o presidente do Supremo posicionou-se contra o excesso de recursos judiciais ao qual condenados têm acesso no Brasil.

Barbosa atacou também o tratamento privilegiado que a Justiça dá aos políticos e as chances desiguais que poderosos têm em um processo judicial, em comparação a pobres e negros. Segundo o ministro, o problema é que o Judiciário condena muito os desvalidos, mas deixa impunes os mais abastados.

“Brasil, como a maior parte da América Latina, tem problemas culturais para resolver que impactam no Judiciário. Por exemplo, a concepção equivocada de igualdade. As pessoas são tratadas de forma diferente de acordo com seu status, sua cor de pele e o dinheiro que têm. Tudo isso tem um papel enorme no sistema judicial e, especialmente, na impunidade”, declarou Barbosa.

Então, diga lá: ele está ou não está em campanha eleitoral?