Por Carlos Chagas

Primeiro os candidatos, depois os programas, se é que algum vai aparecer de verdade. Até agora, Eduardo Campos fala em fazer mais e  melhor. Marina Silva, em acabar com a bipolaridade no poder.  Aécio Neves por enquanto fica calado e Dilma Rousseff promete continuar governando para os pobres,  inspirada pelo Lula.

O diabo é que ninguém apresentou propostas concretas para o próximo quadriênio. Nenhuma plataforma, como se dizia antigamente.

Dos impostos, por exemplo, ninguém fala em reduzí-los, seja para a classe média, seja para o empresariado. Sobre o caos gerado pelos excessos nas manifestações populares, zero. Como nada para a segurança pública e a revisão do aparato policial. Agilização da Justiça? Nem pensar.  A reforma politica foi para o espaço,  assim como a limitação do lucro  dos bancos e a abertura do  sistema financeiro. Apoio ao pequeno empresário? Silêncio.  E o funcionalismo público, que cuidados irá merecer? Da reforma agrária todos fogem, como do reequipamento   das forças armadas.

Cada leitor acrescentará mil cobranças referentes ao seu dia-a-dia,  nessa lista fugaz, mas dos candidatos, apenas chavões. A gente tem a impressão de que só no dia da posse o vencedor começará a pensar no que fazer.

ABERTURA

Depois de quatro horas de conversa o alto comando do PT  chegou à conclusão, com o apoio do Lula e de Dilma, de que mais quatro anos de poder exigem abertura e  tolerância com o PMDB e aliados. Traduzindo: mais ministérios para o bloco partidário e acordo nas eleições de governador e senador, com  os companheiros apoiando candidatos de outros partidos sempre que se tornar necessário. Nada de exclusividade.

Essa pode ser a primeira lição a tirar, pelo PT, do entendimento entre Marina Silva e Eduardo Campos. Não adianta dizer que a aliança não incomodou.  Até  assustou.

DISPUTA ACIRRADA

Em muitos estados, as eleições do ano que vem para o Senado serão mais disputadas que as eleições de governador. Naqueles em que os governadores vão  disputar  a reeleição, serão difíceis as surpresas. O mesmo não acontece com os senadores candidatos a novo mandato. Estão  pressionados. Basta ver como procuram espaços na TV-Senado, inclusive comparecendo às sessões não deliberativas das sextas-feiras pela manhã