O escritor colombiano Gabriel García Márquez morreu nesta quinta-feira (17) aos 87 anos em sua casa, no México. O autor sofria de câncer nos pulmões, gânglios e fígado. Ele ficou internado entre o final de março e o início de abril por conta de problemas respiratórios, mas desde então fazia tratamento em sua residência.

Um dos maiores autores latino-americanos da história, García Marquez ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1982. Ele é autor de livros como Cem Anos de Solidão, O Amor nos Tempos do Cólera, A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada e Memórias de Minhas Putas Tristes.

Junto a escritores como Norman Mailer e Tom Wolfe, García Márquez foi também um praticante da não-ficção literária que se tornaria conhecida como Novo Jornalismo. Ele se tornou um representante do jornalismo latino-americano, com obras magistrais da narrativa de não-ficção, que incluem a “Relato de um Náufrago”, o conto de um marinheiro perdido em um bote salva-vidas por 10 dias.

Outros escritos incluem um perfil do presidente da Venezuela Hugo Chávez e o relato vívido de como traficantes de cocaína liderados por Pablo Escobar haviam rasgado o tecido social e moral de sua Colômbia natal, sequestrando membros de sua elite, em “Notícias de um sequestro”. Em 1994, García Márquez fundou a Fundação Ibero-americana para Novo Jornalismo, que oferece treinamento e competições para elevar o padrão da narrativa e do jornalismo investigativo na América Latina.

Como muitos escritores latino-americanos, García Márquez transcendeu o mundo das letras. O homem conhecido como “Gabo” tornou-se um herói para a esquerda latino-americana, como um aliado precoce do líder revolucionário cubano Fidel Castro e um crítico de intervenções violentas de Washington do Vietnã ao Chile. (Correio da Bahia)