A recepção, pelos moto taxistas da cidade, do projeto que institui o uso de taxímetros nos veículos de trabalho daqueles profissionais foi fruto de debates na Câmara Municipal de Mossoró nesta quarta-feira (23). Para o autor, o vereador Genivan Vale (Pros), o debate com a categoria irá aprimorar o projeto, afinal, conforme afirmou o edil, “o nosso mandato está a disposição para rediscutir, inclusive suspender o projeto”. Nessa direção, ganha força a possibilidade da instalação dos taxímetros dar lugar ao estabelecimento de tarifas fixas, estabelecidas de forma particular para cada bairro, prevendo-se também valores diferenciados para horários noturnos e aos finais de semana, assim como ocorre atualmente na estipulação das tarifas de taxi.

A forma de cobrança é fruto do debate como o corpo técnico da sub gerência de trânsito da cidade, a qual “tem uma proposta interessante e que agrada aos profissionais”, segundo afirmou Genivan Vale, antes de informar que se encontra em contato com a categoria dos moto taxistas, tendo realizado com essa uma reunião na qual “retiramos todo o ar de preocupação que o presidente do sindicato possuía”, conforme afirmou o vereador. Ele ainda alertou que a mudança do projeto poderá impedir que o município possa recolher ISS, o que ocorreria caso fossem implantados os taxímetros.

 

Apesar disso, o vereador enfatizou não haver dificuldade na revisão do projeto. “Não queremos jamais aqui prejudicar a categoria”, disse o edil, declarando poder acatar a proposta das tarifas fixas caso estas sejam justas, afinal, para ele, o mais importante é regulamentar a atuação dos moto taxistas, de modo a viabilizar a fiscalização na prestação de serviços pela categoria. O edil entende que, dessa forma, é possível que “tanto os trabalhadores sejam valorizados quanto a população seja respeitada”, conforme afirmou ao esclarecer a importância de discutir o que é melhor também para a população.

 

O vereador Naelson Araújo (PV) parabenizou o projeto do colega, porém, manifestando-se em favor das taxas fixas, declarou “na minha opinião o taxímetro não é viável”. Para o edil, o taxímetro prejudicaria financeiramente os moto taxistas. A opinião é compartilhada pelo vereador Manoel Bezerra (DEM), que enfatizou ser, desde o inicio, contrário à instalação dos taxímetros. O vereador defende que não há necessidade de mudanças, pois entende que a concorrência livre atual é melhor para o usuário. Apesar disso, nas decisões a serem tomadas “nada melhor do que nós ouvirmos a classe”, disse, defendendo a necessidade de haver, pelo menos, três meses de discussão antes da votação do projeto.

 

Manoel Bezerra afirmou, ainda, preocupar-se com os valores fixados, porque a natureza do serviço de moto taxi é distinta daquela dos ônibus, que têm rotas pré-definidas, razão pela qual “isso tem que ser visto com muito cuidado para que o moto taxista não seja prejudicado diretamente”, conforme disse o edil. O vereador Alex do Frango (PV) também manifestou desejar maiores discussões sobre o projeto para que sejam realizadas mudanças na atuação dos moto taxistas de modo a “ver o que é mais primordial para eles”,conforme afirmou.

 

No tratamento do tema, uma posição comum entre os vereadores foi a necessidade de serem oferecidas melhorias aos profissionais, como a instituição de coletes padronizados e a construção de abrigos para os moto taxistas protegerem-se do sol forte e de chuvas enquanto aguardam seus clientes.

Fonte: Assessoria