Por Tostão / O Tempo

Mais uma vitória dificílima. No primeiro tempo, o time melhorou em relação aos jogos anteriores, porque Oscar atuou mais pelo meio do que pela ponta, e Fernandinho, além de marcar muito bem, deu um toque de classe ao setor, com bons passes e por jogar no meio-campo, e não apenas à frente dos zagueiros. O time repetiu também, no primeiro tempo, sua grande qualidade, de pressionar quem está com a bola. Assim, saíram as melhores jogadas ofensivas. Pena que Neymar não esteve bem durante todo o jogo, embora, mais uma vez, tenha cobrado muito bem o escanteio, no gol de Thiago Silva.

No segundo tempo, a atuação do time foi muito ruim. Não trocou passes nem pressionou o adversário. A Colômbia dominou o jogo e fez um gol de pênalti, corretamente marcado, quando o jogo estava 2 a 0. Se não fosse o espetacular gol de David Luiz, de falta, seria mais uma prorrogação.

Novamente, o Brasil ganhou, graças, principalmente, às excepcionais atuações dos dois zagueiros e ao envolvimento emocional dos jogadores, guerreiros, apoiados pela torcida. Jogar em casa tem sido decisivo. Marcelo e Fernandinho foram muito bem. Fred, muito mal. Maicon ganhou a vaga. Oscar, Hulk e Paulinho alternaram bons e maus momentos nos 90 minutos.

As vitórias do time brasileiro na competição, com boa chance de ser campeão mundial mais uma vez, mesmo com dois adversários melhores que os anteriores pela frente, mostram que o resultado das partidas, com frequência, ocorrem mais pela qualidade dos jogadores, por lances isolados, por bolas paradas, por jogadas aéreas, do que pela atuação coletiva.

O técnico argentino que comanda a seleção da Colômbia, Jose Pekerman disse, antes do jogo de ontem, que tradição não ganha jogo de futebol. Mas ajuda. A Colômbia, como o Chile, foi um bravo e difícil adversário para a seleção brasileira, porém perdeu, como se fosse impossível fugir da história, da tradição, do que parece programado, do que está no inconsciente coletivo e imaginário do futebol.