Governadores rediscutem CPMF.

 

Sob o pretexto de discutir temas voltados para o desenvolvimento regional, governadores eleitos do Nordeste têm encontro agendado, hoje, em João Pessoa. Embora evitem assumir que a volta da CPMF seja a pauta central, na verdade este será o tema predominante.

O governador eleito do Ceará, Camilo Santana (PT), fala em articulação de mecanismos para fortalecer o caixa no que diz respeito às despesas com saúde. É dele, originalmente, a ideia dos governadores lutarem pela ressurreição da CMPF como forma de reforçar o financiamento nesse setor.

“No Ceará, 92% das pessoas utilizam a saúde pública e o custeio é muito alto. Sabemos que houve uma perda gigantesca com o término da CPMF, que na época era em torno de R$ 40 bilhões por ano”, disse.

Camilo defende, no entanto, que a nova forma de financiamento tenha regras diferenciadas do antigo imposto. “A CPMF foi desvirtuada porque os recursos foram usados para outros fins, o que seria proibido com essas novas regras”, citou.

Outros dois itens devem ser incluídos no projeto, que está sendo preparado por Camilo e sua equipe técnica: a contribuição deverá ser para aqueles que realizam grandes movimentações financeiras, isentando quem tem menos condições; e a definição clara de qual será o percentual para União, estados e municípios.

Segundo Camilo, a apresentação da proposta aos governadores do Nordeste deve abrir a discussão sobre o assunto em Brasília. “Vamos levar uma proposta bem consistente aos demais governadores da região para que a gente possa abrir essa discussão ainda este ano no Congresso Nacional”, afirmou.

Mas será que a população aguenta mais carga tributária? Outros governadores discordam. Acham que não é o momento mais adequado para se rediscutir a medida, mesmo sob o pretexto de gerar caixa para a saúde.

O governador do Piauí, Wellington Dias(PT), disse, ontem, que a ressurreição da CPMF deveria ser incluída em um fórum mais adequado. “Acho que neste encontro nós deveríamos priorizar os assuntos mais urgentes do Nordeste, principalmente relacionados à sua infraestrutura”, afirmou Dias.

Fonte: Blog do Magno Martins