Nas manifestações de rua no domingo passado o fato mais relevante está cima de qualquer contabilidade. Não importa se o ato foi maior ou menor do que o de abril ou até mesmo março. O que vale, na verdade, é o sentimento do gesto de tantos brasileiros de trocarem suas casas ou o lazer num domingo pelas ruas e o protesto.A presidente Dilma perdeu irremediavelmente o apoio da classe média, formadora de opinião no País. Há quem diga que não havia cara de povão nas ruas. Pouco importa! O que importa é o recado mandato pela sociedade, que não quer mais corrupção, que este Governo que está aí não mais a representa.

E o pior: não tem mais a capacidade de operar as mudanças, de tirar o País do fundo do poço e oferecer o caminho da salvação. A crise tem nome e se chama Dilma. Enquanto ela estiver sentada na cadeira do Palácio do Planalto o País continuará sangrando. E esta sangria vai fazendo seus estrados.É o trabalhador que perde o seu emprego, a indústria que reduz a sua produção, o comércio que deixa de vender, enfim, é o País que, em pânico, se rende aos efeitos da maior crise política e econômica do País. As ruas, simbolicamente, com mais ou menos gente, introduziram um outro figurante da crise moral e ética: o ex-presidente Lula.Que foi exibido em várias manifestações em bonecos até de presidiário. O estancamento do País só esgota com a saída política. Fala-se em Michel Temer para uma etapa de transição, cumprindo o papel que reservou a Itamar Franco lá atrás, no auge do processo de redemocratização do Brasil.

Se não der com Temer e se este vier, comprovadamente, a ser envolvido na Lava Jato que se abra a cortina para o fim da crise pela eleição livre e soberana do novo presidente. Qualquer uma das soluções, menos Dilma, que não tem condições políticas para fazer a travessia, devolvendo ao brasileiro o direito de sonhar.Depois de uma semana de apreensão, o governo demonstrou tranquilidade com o saldo dos protestos de domingo (16/8). Apesar da dimensão das manifestações contra a presidente Dilma Rousseff em todo o país, o Palácio do Planalto não se surpreendeu com o número de pessoas nas ruas e procurou tratar os protestos como algo natural e retrato de um país democrático. O tom do discurso dos auxiliares presidenciais que monitoraram os protestos durante todo o dia de ontem foi de cautela. Internamente, o governo avalia que o caráter pacífico das manifestações garante um ambiente mínimo de estabilidade política. (Agências de Notícias)