O Conselho de Ética votou, na tarde de hoje, um requerimento de retirada de pauta para adiar, por cinco dias, a votação do parecer prévio que pede a continuação do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O requerimento foi apresentado pelo deputado Manoel Júnior (PB), aliado de Cunha, mas foi rejeitado pelo plenário. O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), esgotou a sessão de debates nesta tarde. Ao total, mais de 13 parlamentares discursaram durante a sessão. O próximo passo é iniciar a votação do parecer prévio.

Para livrar Cunha da admissibilidade da ação, os deputados citaram supostas injustiças cometidas contra parlamentares que foram cassados ou passaram por processos por quebra de decoro e enfatizaram que Cunha pode ser condenado injustamente. A situação de Cunha chegou a ser comparada a Tiradentes e Joana D’Arc. “Conselho de Ética não é tribunal de inquisição”, insistiu o peemedebista Manoel Júnior (PB). Foram citados os casos do ex-deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e o petista Professor Luizinho (SP), que se livrou da cassação em plenário, mas foi absolvido em processo no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do mensalão.

Os petistas ficaram à vontade para defender a continuidade do processo contra Cunha. Valmir Prascidelli (PT-SP) acusou o presidente da Casa de agir de forma revanchista ao abrir o processo de impeachment contra a presidente Dilma. “O impeachment não tinha fundamento, mas ele o fez na condição de quem quer ver o Brasil sair dos trilhos”, concluiu.Durante a sessão, um grupo de manifestantes que trouxeram cartazes contra Cunha foram impedidos de mantê-los aberto no plenário. Os cartazes traziam os dizeres: “Não ao golpe”, “Mais sujo que pau de galinheiro” e “sem Natal para Cunha”. Enquanto a discussão acontecia no plenário, o mesmo grupo (formado por estudantes e militantes do MST) decidiu se manifestar no corredor com os gritos de “Fora Cunha, Fica Dilma” e “Não ao golpe”. (Blog do Magno Martins)