Em uma disputa que conta com mais de dez candidatos, a Câmara elege nesta quarta-feira (12) um novo presidente, que comandará a Casa até fevereiro de 2017. A eleição se viabilizou após a renúncia ao posto, no dia 7 de julho, do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Réu da Operação Lava Jato, ele está suspenso do mandato desde 5 de maio, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Desde então, quem está oficialmente no comando da Câmara é o 1º vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA).

O resultado da eleição é considerado crucial para o presidente em exercício da República, Michel Temer (PMDB-SP), que precisa aprovar propostas necessárias à retomada do crescimento econômico e medidas de ajuste fiscal. Até o final da noite desta terça, 14 deputados haviam registraram candidaturas. Os parlamentares interessados em ingressar na disputa pelo comando da Casa terão até as 12h desta quarta (13) para oficializar as candidaturas. Até uma hora antes da votação – às 15h –, é permitido que os candidatos registrados desistam de participar. Qualquer deputado pode lançar candidatura. A votação é secreta e acontece pelo sistema eletrônico, onde são registrados os votos.

Aliados de Temer devem se unir contra Marcelo Castro

A candidatura peemedebista à presidência da Câmara divide opiniões na bancada, o que poderá enfraquecer o deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI). “Marcelo Castro garante que tem 44 votos só na bancada”, afirma o deputado Marcos Rotta (PMDB-AM). “Ele não consegue derrotar o Rogério Rosso (PSD-DF) no segundo turno”, prevê o deputado Carlos Marun (PMDB-MS). Castro foi bancada pela parcela petista da bancada, aquela que foi derrotada com a aprovação do impeachment. O sentimento não é de unidade. Pelo contrário. Ele é visto com bastante desconfiança pela maioria dos peemedebistas. Castro desidrata, no primeiro turno, as candidaturas de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Rosso, mas perde corpo no segundo turno. A tendência é que tenha conversão dos votos dos derrotados para aquele que vier a disputar o segundo turno contra Castro, caso ele avance na eleição. Poucos aliados do governo estão dispostos a ver um presidente da Câmara que foi ministro da presidente afastada Dilma Rousseff.