O Globo

A concessionária CCR afirmou ter feito doação de R$ 3 milhões, por meio de caixa 2, à campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em 2010. Gleisi é hoje presidente do PT. A doação teria sido pedida por Paulo Bernardo , marido da senadora, que na época era ministro do Planejamento. O valor teria sido pago por meio de um dos assessores de Paulo

A informação fez parte do acordo de leniência fechado pela empresa com o Ministério Público de São Paulo. Responsável pela concessão de rodovias como Presidente Dutra e Bandeirantes, a empresa admitiu pagamento de R$ 30 milhões para campanhas no estado de São Paulo, mas não pagamento de propina. Entre os nomes envolvidos ainda os de dois ex-governadores, Geraldo Alckmin e José Serra, e deputados.

O ex-governador Geraldo Alckmin lidera a lista de doações de caixa 2 apresentada pela CCR, com valor de R$ 4,5 milhões. O ex-governador José Serra aparece como beneficiário de R$ 3 milhões, mesma quantia de Gleisi Hoffmann.

Além deles, foram citados Gilberto Kassab (PSD), com doação de R$ 2,8 milhões; Aloizio Mercadante (PT), com R$ 1,7 milhões; Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), com R$ 1 milhão; Campos Machado (PTB), com R$ 1 milhão; Edson Aparecido (PSDB), com R$ 340 mil; Antonio Mentor (PT), com R$ 150 mil; e a ex-senadora Marta Suplicy, com R$ 1 milhão.

O nome dos envolvidos está sendo divulgado ao Ministério Público por executivos da CCR. A empresa fechou acordo pelo qual se compromete a dar informações e pagar R$ 81,5 milhões para encerrar processo civil sobre o caso.

A investigação do esquema na CCR começou após a delação premiada do operador Adir Assad à Lava Jato. Ele deu detalhes de como se aproximou do grupo CCR. Assad contou que se reuniu na sede da CCR com Renato Valle, presidente do grupo na época, e que apresentou um projeto de patrocínio das empresas dele de stock car para que a CCR fizesse publicidade.